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Mulheres ganham 21% menos que os homens no setor privado, segundo relatório do Ministério do Trabalho

Relatório mostra que desigualdade salarial entre mulheres negras e homens brancos chega a 53,3%

Por Carolina Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 nov 2025, 15h06

A disparidade salarial entre homens e mulheres voltou a crescer no setor privado brasileiro. Segundo o novo Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado nesta segunda-feira (03) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as mulheres recebem, em média, 21% menos do que os homens que ocupam funções semelhantes.

O levantamento faz parte da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e considerou cerca de 54 mil empresas com mais de 100 empregados, abrangendo o período entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro de 2025. A remuneração média feminina ficou em 3.908 reais, enquanto a masculina alcançou 4.958 reais. Quando o recorte inclui cor e raça, a diferença se torna ainda mais expressiva: mulheres negras ganham 53,3% menos que homens brancos, com uma média salarial de 2.986 reais.

A desigualdade vem se ampliando desde o início da série histórica. No primeiro relatório, publicado em março de 2024, a diferença era de 19,4%; em setembro, subiu para 20,7%; em abril deste ano, chegou a 20,9%, e agora alcança 21,2%.

No total, o estudo analisou 19,4 milhões de vínculos trabalhistas, sendo 58,9% de homens e 41,1% de mulheres. Os dados reforçam o desafio estrutural para reduzir as distorções de gênero no mercado de trabalho.

Para Paula Montagnerm, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, é urgente que as empresas adotem medidas concretas. “As empresas precisam avançar na construção de planos de ação que promovam a igualdade salarial entre homens e mulheres dentro de suas estruturas. Precisamos acelerar esse processo”, afirma.

O relatório também indica sinais de avanço em políticas de diversidade. Desde 2023, cresceu 21,1% o número de empresas que têm pelo menos 10% de mulheres negras em seus quadros, passando de 29 mil para 35 mil estabelecimentos. No mesmo período, aumentou em 6,4% a quantidade de companhias com diferença salarial de até 5% entre homens e mulheres, chegando a 17,8 mil empresas.

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A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reforçou que apenas a inserção das mulheres no mercado não basta. “É inaceitável que mulheres negras recebam metade do rendimento de homens não negros. Nosso compromisso é intensificar medidas que corrijam essas distorções, como a ampliação da licença-paternidade, o auxílio-creche e políticas que redistribuam o trabalho doméstico e valorizem o cuidado. Só assim as mulheres poderão construir trajetórias profissionais mais justas e menos penosas”, destacou.

Empresas investem em diversidade e políticas de apoio

O estudo também apontou um aumento na adoção de ações de diversidade corporativa. As políticas de promoção de mulheres aparecem em 38,9% das empresas, seguidas por incentivos à contratação de mulheres (29,6%), mulheres negras (23,1%) e mulheres com deficiência (19,7%).

Entre as iniciativas voltadas à conciliação entre trabalho e família, 44% das empresas oferecem flexibilidade de jornada, 21,9% têm auxílio-creche e um número crescente adota licença parental estendida para homens e mulheres, uma medida vista como essencial para equilibrar responsabilidades e reduzir as barreiras que ainda afetam a progressão das mulheres no mercado de trabalho.

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