‘Não existe bala de prata, mas estamos mais disciplinados’, diz CEO do grupo Casas Bahia
Renato Franklin explica como pretende recolocar a empresa nos trilhos

O que houve com o Grupo Casas Bahia, que chegou a 4 bilhões de reais em dívidas? A nossa origem é dar crédito para quem não tem acesso. Continua sendo o nosso principal negócio, mas junto a isso aumentamos agressivamente o número de lojas físicas, compramos o Pontofrio e abrimos capital. A partir de 2016, tivemos um ciclo muito ruim de execução do ponto de vista estratégico.
Por que o grupo viveu esse ciclo negativo? A companhia foi vendida para o Grupo Casino, e a cultura corporativa deles não funcionou com a nossa. Além disso, deixamos de ser o negócio principal de um grupo. Quando o Casino decidiu vender a Casas Bahia, perdemos três ou quatro anos no processo. Paramos no tempo.
Desde então, são só más notícias? Na pandemia, houve um período de recuperação. Pegamos um bom vento de cauda, com juros baixos. Voltamos a crescer e a avaliar diversos projetos, mas mordemos mais do que conseguimos mastigar. Os juros subiram e o mercado de capitais paralisou. Havia o risco de “pane seca”.
O que fazer para recuperar a companhia? Estamos mais disciplinados na alocação de capital. Não existe oferta de capital para fazer tudo ao mesmo tempo. Deixamos de tentar ser tudo para todo mundo e escolhemos ser os melhores naquilo em que somos os melhores: a venda de linha branca de eletrodomésticos e a oferta de crediário. Não tem bala de prata. A gente vai resolvendo o negócio aos poucos.
Com reportagem de Pedro Gil
Publicado em VEJA, dezembro de 2024, edição VEJA Negócios nº 9