Ministério de Minas e Energia estuda volta do horário de verão em meio à crise hídrica
Ministro Alexandre Silveira confirmou a informação nesta quarta. Medida, suspensa no verão de 2019, depende do aval do Palácio do Planalto para ser retomada
O Ministério de Minas e Energia estuda a volta do horário de verão como uma medida para reduzir os impactos da atual crise hídrica sobre o setor elétrico. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 11, pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista a jornalistas.
Segundo o ministro, a pasta avalia o retorno do horário de verão para ajudar o setor elétrico a garantir o suprimento de energia no horário de pico, que neste período do ano está entre 18h e 20h. Segundo Silveira, o horário de verão ajuda a impulsionar a economia, além de ajudar o sistema em um “momento realmente crítico” na geração causado pela seca, junto ao forte calor e ao forte consumo de energia no horário de pico.
“É aquele horário que o cidadão vai para casa, liga o ar-condicionado, liga o ventilador. Ele vai tomar banho, vai tomar todo mundo quase que junto, abre a televisão para assistir a um jornal, para poder assistir a um filme, e naquele horário nós temos um grande pico, e é exatamente no momento onde nós estamos perdendo as energias intermitentes”, disse.
Para o ministro, o horário de verão cumpre dois objetivos importantes na gestão do sistema elétrico: garantir a segurança energética e a modicidade tarifária. Ele ressaltou que, qualquer possibilidade que atender a esses dois requisitos, deve ser considerada. A decisão, entretanto, passa pelo crivo político do governo.
O horário especial no verão usa a maior luminosidade solar para tentar economizar energia, e é adotado em diversos países. No Brasil, a medida foi revogada em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, o governo argumentou que o fim do horário seguiu estudos que analisaram a economia de energia no período e também os efeitos sobre como o relógio biológico da população é afetado.
O horário de verão foi adotado pela primeira vez no governo de Getúlio Vargas, em 1931, mas não era em períodos consecutivos. Houve a adoção entre 1949 e 1953, depois de 1963 a 1968, voltando em 1985 até 2018 — ano em que teve a duração reduzida pelo presidente Michel Temer.
Com o horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora. Antes da suspensão, a iniciativa era vigente entre outubro e fevereiro nos estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste.