Merkel: crise da zona do euro está longe do fim
Chanceler alemã afirma, porém, que reformas começam a surtir efeito
A crise da dívida na zona do euro está longe de acabar, embora medidas implementadas para tratar as causas do problema estejam começando a surtir efeito, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, durante seu discurso de Ano Novo. Em entrevista gravada a ser transmitida nesta segunda-feira, Merkel pediu para que os alemães sejam mais pacientes, embora a crise já se arraste por três anos. Ela ligou a prosperidade da Alemanha à da União Europeia.
“Para nossa prosperidade e nossa solidariedade, precisamos chegar ao equilíbrio correto”, afirmou Merkel. “A crise da dívida na Europa mostra a importância desse equilíbrio.” Merkel indiretamente contradisse o ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, que afirmou ao jornal Bild na sexta-feira que o pior da crise já tinha passado.
“As reformas que introduzimos estão começando a ter um impacto”, disse. “Mesmo assim, temos de ter um pouco mais de paciência. A crise está longe de acabar.” A Alemanha tem sido uma financiadora na crise na zona do euro, para desgosto de muitos eleitores do país e de um crescente bloco de legisladores conservadores da coalizão de Merkel. Os alemães estão cautelosos sobre as ajudas financeiras à zona do euro, mas dão à chanceler boas notas pela atuação dela na crise.
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Merkel, que tentará o terceiro mandato em uma eleição em setembro, apontou orgulhosa que o desemprego na Alemanha caiu ao seu nível mais baixo desde a reunificação de 1990, enquanto o número de pessoas empregadas também atingiu recorde. “Isso significa que muitas centenas de milhares de famílias terão um futuro seguro”, disse Merkel. “E isso significa que muitos jovens terão a segurança de treinamento e empregos e poderão ter um bom começo de suas carreiras.”
Mas frente à desaceleração do crescimento econômico, Merkel alertou que as condições podem ser ainda piores em 2013 do que em 2012. “Eu sei que muitas pessoas estão naturalmente preocupadas na chegada do novo ano. E o ambiente econômico não será mais fácil, mas sim mais difícil no próximo ano. Mas não podemos nos abater, isso tem de nos estimular”, finalizou.
(com agência Reuters)