Mercados oscilam entre cautela e alívio em meio à pausa tarifária dos EUA
Dólar sobe em movimento de correção após queda abrupta; Bolsas seguem instáveis com oscilações provocadas pela imprevisibilidade de Trump

O dia é de maior calmaria nos mercado após a trégua tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas isso não significa que o cenário seja isento de riscos. O mercado segue operando com cautela a atento a qualquer sinal vindo de Washigton.
Apesar do adiamento nas tarifas recíprocas – com exceção da China – , o dólar voltou a subir nesta quinta-feira, 10, após recuar 3,15% na véspera. Por volta das 11h, a moeda americana avançava pouco mais de 1%, negociada a R$ 5,89. A leitura predominante entre analistas é de que o movimento representa uma correção técnica e uma busca por oportunidades após a forte queda do dia anterior, e não necessariamente um sinal de fortalecimento sustentado da divisa.
O mercado adota um tom mais contido nesta quinta-feira, depois de um pregão anterior marcado por bruscas oscilações com o “vai e volta” de Trump. Apesar da trégua aparente, as bolsas seguem sob pressão. A postura imprevisível do presidente Donald Trump e sua tendência a recuar — ou intensificar — medidas a qualquer momento mantêm o mercado em estado de alerta.
O Ibovespa e os principais índices de Wall Street operam em queda, enquanto as praças europeias reagem com certo otimismo à suspensão temporária das tarifas, reforçada pela decisão da União Europeia de também pausar suas medidas retaliatórias.
As commodities, por sua vez, também refletem o vaivém das decisões políticas. O petróleo Brent recua 2,5%, devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando saltou mais de 4% com o anúncio da suspensão tarifária americana. A oscilação dos preços do petróleo impacta diretamente empresas como a Petrobras. O minério de ferro, em contrapartida, encerrou o dia em alta de 3,06% na bolsa de Dalian, na China, ajudando a sustentar as ações de mineradoras. As bolsas da região fecharam o dia em território positivo, sinalizando uma confiança na resiliência da economia chinesa, apesar das ameaças vindas de Washington.