Mercado projeta descumprimento da meta de inflação em 2024 e 2025
Último relatório Focus do ano indica dólar a R$ 6 e inflação a 4,91% em 2024

Os analistas de mercado consultados pelo Banco Central revisaram para cima a maioria das estimativas para a economia neste e nos próximos anos, mostrou o Boletim Focus desta segunda-feira, 23. Os economistas estimam que a inflação de 2024 medida pelo IPCA fique em 4,91%, ante 4,89% na semana passada. Trata-se da décima semana consecutiva de alta nas projeções para o indicador.
Para 2025, a projeção subiu para o IPCA a 4,84%, contra 4,60% na semana anterior. O número se mantém acima da meta perseguida pelo BC, de inflação a 3% com margem de tolerância até 4,50%. Os analistas mantiveram a previsão de IPCA a 4% em 2026 e subiram a projeção de 2027, que foi 3,66% para 3,80%.
As expectativas para o crescimento do país também aumentaram. Os analistas de mercado revisaram a estimativa do PIB em 2024 de 3,42% para 3,49%. Para 2025, a expectativa é de avanço de 2,02%, acima dos 2,01% projetados na semana passada. Já a estimativa de crescimento em 2026 registrou uma leve queda, de 2% para 1,9%. Para 2027, permaneceu em 2%.
Para o câmbio, o mercado estima que o dólar encerre o ano em 6 reais, acima dos 5,99 reais projetados na semana passada. Já no próximo ano, a revisão foi de 5,85 reais para 5,90 reais. A projeção para 2026 é de dólar a 5,84 reais, recuando para 5,80 em 2027.
As estimativas para os juros nos próximos anos também subiram. Para 2025, a expectativa agora é de Selic a 14,75%, contra 14% na semana passada. Para 2026, a estimativa avançou de 11,25% para 11,75%, enquanto, para 2027, a previsão permanece em 10%. Na tentativa de reancorar as expectativas de inflação e trazer o IPCA para o intervalo da meta — de 3%, com teto em 4,5% — o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um novo aumento na taxa de juros na última reunião do ano. A alta de de 1 ponto veio com guidance de mais duas altas na mesma magnitude nas duas próximas reuniões, o que teve levar a Selic a 14,25% ainda em março de 2025.