Mercado eleva projeção da inflação para 4,37% e prevê alta de 3% do PIB
Com pressão inflacionária crescente, Boletim Focus projeta taxa de juros a 11,5% neste ano, 0,75 ponto acima da Selic atual, em 10,75%
Os analistas consultados pelo Banco Central subiram, pela décima semana consecutiva, a projeção para a inflação em 2024. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 23, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 4,37%, acima dos 4,35% projetados na semana passada.
Semana a semana, o indicador projetado pelos analistas vem se aproximando do teto da meta, que é de 4,5% neste ano. Para 2025, o mercado também revisou a estimativa de inflação para cima: de 3,95% para 3,97%. O centro da meta é o mesmo deste ano, de 3%, com o teto em 4,5%. As revisões para cima do IPCA mostram a desancoragem das expectativas acima do centro da meta. Esse foi um dos principais motivos que levaram o Copom a elevar a taxa básica de juros da economia em 0,25%.
Com isso, os economistas também enxergam que a Selic deve encerrar este ano acima do projetado anteriormente. A estimativa do mercado é que a Selic fique em 11,5%, 0,75 ponto acima dos 10,75% vigentes. O Comitê de Política Monetária se reúne mais duas vezes neste ano, em novembro e dezembro. Para o ano que vem, a expectativa do mercado financeiro continua sendo de que a Selic feche em 10,50% e em, 26, a 9,5% ao ano.
Para o PIB, o Focus subiu a projeção 2,96% para 3%. A revisão indica a força da economia, que demonstrou bons dados no primeiro semestre e, neste segundo, tem alta na atividade de serviços, a maior do PIB. As projeções para o crescimento da economia em 2025 e 2026 permaneceram estáveis em 1,90% e 2,00%, respectivamente.
A projeção de câmbio para 2024 também permaneceu estável em 5,40 reais, e em 2025, 5,35 reais e 5,30 para 2026.