O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender uma de suas principais promessas de campanha, a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até 5 mil reais por mês. Em entrevista nesta terça-feira, 6, à Rádio Metrópole da Bahia,  Lula disse que tem certeza de que o Congresso vai aprovar e que o objetivo da reforma é promover justiça social, garantindo que os mais pobres paguem menos tributos, enquanto os mais ricos arquem com uma parcela maior.

“O que nós queremos é que todas as pessoas que ganham até 5 mil reais não precisem pagar Imposto de Renda, é só isso”, afirmou o presidente. Segundo ele, a equipe econômica busca formas de compensação para essa renúncia fiscal, mirando principalmente os contribuintes de alta renda.

“A Fazenda e a Receita Federal acham que tem que ter compensação, e eles estão procurando essa compensação junto às pessoas que ganham mais, então pessoas mais ricas”, explicou. Lula criticou a atual estrutura tributária do país, destacando que grandes acionistas e executivos que recebem dividendos e bônus não são tributados diretamente sobre esses rendimentos.

“As pessoas que recebem bônus da empresa no fim do ano não pagam Imposto de Renda. Quem ganha altos salários nesse país não paga Imposto de Renda. Quem paga Imposto de Renda é quem recebe holerite no final do mês”, disse o presidente.

Lula também mencionou que a taxação progressiva – onde quem ganha mais paga mais – é uma prática adotada em países desenvolvidos. “Uma pessoa acima de 50 mil reais, de 100 mil reais, tem a obrigação de pagar para que as pessoas que ganhem menos não paguem. É assim no mundo inteiro. É assim na Suécia, Alemanha, na Inglaterra, em qualquer país”, argumentou.

O presidente também reforçou que a desoneração promovida pela reforma tributária de itens essenciais da cesta básica, como feijão e óleo, beneficia toda a população, inclusive os mais ricos. “Estamos tirando imposto, mas o rico também se beneficia”.

Lula disse que tem confiança na aprovação da proposta  de reforma da renda pelo Congresso Nacional. “Prometi durante a campanha, prometi no primeiro ano, estou prometendo no segundo e a gente vai fazer. Tenho certeza que a Câmara e o Senado aprovarão porque todo mundo está preocupado com a melhoria da qualidade de vida do povo.”

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