Lula nega problemas com o agro no lançamento do Plano Safra
Plano oferecerá R$ 364,22 bilhões em empréstimos para médios e grandes produtores, 27% a mais que no plano passado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 27, que não tem problemas ideológicos com o setor do agronegócio. O governo lançou o Plano Safra 2023/24 e oferecerá um total aproximado de 364,22 bilhões de reais em empréstimos para médios e grandes produtores, 27% a mais do que a oferta de crédito na temporada anterior.
A agropecuária é um dos setores de destaque da economia brasileira e se mostrou ainda mais potente na influência do crescimento no início deste ano. O PIB do primeiro trimestre avançou 1,9%, em grande parte pelo saldo de 21% do agro. “Se enganam aqueles que pensam que o governo pensa ideologicamente quando vai tratar de um Plano Safra”, disse Lula. O tom do presidente é oposto ao já adotado outras vezes. Lula já acusou parte do setor de ter problemas de natureza puramente política com ele.
Os bilhões do Plano Safra terão taxa de juros de 12%. Há exceções, no entanto, para os produtores enquadrados no Pronamp, em que os juros são de 8% para custeio e comercialização. Para linhas voltadas a investimentos no setor, as taxas de juros permaneceram na faixa de 7% a 12,5% ao ano, variando conforme o programa.
Crescimento sustentável
Safra empresarial também incentivará sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Serão beneficiados com reduções até 0,5 ponto percentual produtores rurais que já tenham o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e também aqueles que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o alinhamento entre crescimento da economia e indicadores sustentáveis. “Nós não queremos desenvolvimento a todo custo, queremos compatibilizar o crescimento da economia com outros valores tão importantes quanto este. E eu vejo muita sensibilidade de todo o setor agrícola nisso”, disse o ministro.
Haddad defendeu que os produtores se adequem às novas exigências internacionais, em referência à União Europeia, que adotou regras rígidas para a comercialização agrícola, visando a mitigar o impacto ambiental. Além disso, o ministro aproveitou o evento para fazer uma sinalização à bancada ruralista, agradecendo o apoio da Frente Parlamentar do Agronegócio em votações importantes para o Ministério da Fazenda.