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Lula faz discreto mea-culpa ao mercado, mas com um porém

Após turbulência gerada na última semana, Lula baixou o tom e adotou um discurso mais conciliador; dólar recua nesta manhã

Por Luana Zanobia Atualizado em 21 nov 2022, 15h51 - Publicado em 21 nov 2022, 12h48

O Ibovespa acumulou queda de 3% e o dólar alta de 0,99% na última semana com as críticas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao teto de gastos e a proposta de seu governo de furar em 175 bilhões de reais esse instrumento fiscal, para acomodar o Bolsa Família de forma permanente. Após a turbulência e o estresse generalizado no mercado, Lula baixou o tom e adotou um discurso mais conciliador. Na manhã desta segunda-feira, o dólar recuava 0,37%, a 5,36 reais às 12h33 desta segunda-feira, após ter sido negociado acima de 5,50 reais na última semana.

“Nós sabemos que temos de ter responsabilidade fiscal. Não podemos gastar mais do que a gente ganha”, disse Lula no sábado, 19, durante evento em Lisboa, capital portuguesa. Lula, no entanto, ressaltou a importância de gastar para fazer o país crescer, uma ideia avaliada como arriscada pelos economistas no momento que o Brasil e o mundo enfrentam inflação alta e esperam uma desaceleração causada por taxas de juros elevadas para corrigir os preços. Dias antes, Lula exclamou: “Vai cair a bolsa? Vai aumentar o dólar? Paciência!”, ao criticar o teto de gastos e afirmar que “não adianta ficar pensando só em responsabilidade fiscal”.  

As falas geraram preocupação no mercado. Uma carta assinada por importantes nomes do Plano Real, os economistas Arminio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan foi enviada a Lula, questionando sobre suas falas e demonstrando que a responsabilidade fiscal é primordial para o país crescer e, sobretudo, para ajudar as camadas mais vulneráveis da sociedade. “Fiquei feliz ao saber de uma carta de pessoas importantes me alertando sobre problemas econômicos e dando sugestões. Eu sei ouvir conselhos e, se fizer sentido, seguir”, escreveu Lula no Twitter na noite de sexta-feira, 18.

Apesar de estar aberto ao diálogo com diversos setores, Lula tem reforçado suas intenções de ampliar gastos e investimentos. “Vamos colocar como prioridade o desenvolvimento e a justiça social”, disse Fernando Haddad, que esteve com Lula em Lisboa e é cotado para assumir o Ministério da Fazenda. A curva de juros voltou a precificar uma nova alta na Selic. A taxa de juros DI para 2024 subiu pelo terceiro dia consecutivo, chegando perto dos 14,4% ao ano. O mercado já projeta uma Selic de até 15% no próximo ano, a depender do rumo fiscal do novo governo. O Boletim Focus também elevou suas projeções para a Selic em 2023, subindo de 11,25% para 11,50%, sendo essa a primeira alta avaliada para a taxa de juros em 2023. 

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