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Lojas CEM: O varejo tradicional mostra sua força

Sem investir em comércio eletrônico ou plataformas digitais, a empresa alcança resultados expressivos graças à fidelidade a um modelo de negócio sólido

Por Tiago Cordeiro
31 out 2025, 06h00

Com a maior margem líquida e o menor índice de endividamento entre as dez melhores empresas do varejo brasileiro, a Lojas CEM superou gigantes dos setores de alimentação e farmacêutico. Fundada em 1952, em Salto, no interior paulista, a empresa se mantém fiel às origens: valoriza os parcelamentos em boletos, pagos na própria loja e financiados diretamente pela companhia, e não investe em anúncios digitais — tampouco mantém plataformas de comércio eletrônico. A rede conta com cerca de 12 000 colaboradores, atende aproximadamente 15 milhões de clientes — chamados internamente de “convidados” — e está presente em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O faturamento bruto de 2024 cresceu 11% em relação a 2023.

“A Lojas CEM entendeu o seu público. Seu exemplo demonstra que, em meio à corrida pela digitalização, há empresas que prosperam justamente por não seguirem a lógica dominante, mas por manterem coerência estratégica e fidelidade ao próprio modelo de negócio”, afirma Lafaiete Martins, professor do MBA de marketing digital do Ibmec-SP.

A empresa aposta em valores como atendimento humanizado, credibilidade e vínculos duradouros, diferenciais que seguem relevantes mesmo após as mudanças aceleradas pela pandemia. “Durante a covid, mesmo com todas as dificuldades, não demitimos nenhum colaborador nem deixamos de honrar compromissos com parceiros”, afirma a companhia, em uma nota enviada a VEJA NEGÓCIOS.

A rede começou como uma pequena loja de conserto e venda de bicicletas, administrada por Remígio Dalla Vecchia, o “Seu Gino”. Em 1959, a empresa passou a vender eletrodomésticos e, em 1966, mudou-se para seu primeiro prédio próprio, incorporando móveis ao portfólio. Dez anos depois, um concurso popular rebatizou a empresa para CEM — sigla de Centro dos Eletrodomésticos e Móveis.

A gestão permanece nas mãos da família Dalla Vecchia e de diretores próximos. Os empregados recebem treinamento contínuo para oferecer atendimento presencial humanizado. A companhia se destaca por oferecer financiamento com taxas competitivas, condições amigáveis para renegociação de dívidas, entrega gratuita e produtos de alta qualidade. A sustentabilidade também ganha espaço: o centro de distribuição é abastecido por painéis solares, assim como cerca de 80% das lojas.

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A Lojas CEM se distingue por sua postura tradicional em um cenário marcado pela tecnologia digital, que transforma a jornada do consumidor em uma experiência que conecta ambientes físico e on-line de uma maneira fluida, em que as lojas tendem a ser convertidas em showrooms e os canais remotos facilitam o acesso aos produtos. Para o professor Martins, porém, essa tendência precisa ser alinhada com a proposta de valor da companhia. “O futuro do varejo não é apenas digital. É, acima de tudo, estratégico, e a estratégia certa é aquela que respeita a essência da marca e o comportamento real do seu público”, diz.

A perspectiva para a Lojas CEM é positiva, segundo avalia sua diretoria: “Apesar dos desafios na economia, acreditamos num ano ainda positivo para a empresa e num 2026 ainda melhor. Nosso foco é, cada vez mais, entender as necessidades do consumidor para que ele possa ter acesso aos bens que tanto almeja de forma rápida, fácil e econômica”.

Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19

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