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Localiza: Motores rodando em tempos de juros altos

O aumento da eficiência e a recomposição dos preços e das margens ajudaram a empresa a conquistar a primeira posição entre as empresas de serviços

Por Luciano Manenti
31 out 2025, 06h00

Num período de juros e preços dos automóveis elevados, a mineira Localiza conseguiu manter os motores de seu negócio em alta rotação. Em 2024, suas receitas cresceram 17% nas locações de automóveis, 25% na gestão de frotas para empresas e 37% na revenda de automóveis seminovos. Os resultados contribuíram para a empresa ser escolhida como a melhor do setor de serviços.

Os juros em patamares mais altos e o encarecimento dos automóveis aumentaram o custo de capital da Localiza, mas também abriram uma oportunidade. “O custo total de ter um carro aumentou para todo mundo”, diz Bruno Lasansky, presidente da companhia. “Nesse contexto, nossas soluções se tornaram ainda mais inteligentes e vantajosas, seja para uma viagem de fim de semana, seja para o dia a dia de uma empresa ou para quem precisa de um carro para trabalhar como motorista de aplicativo.”

Lasansky, presidente: oportunidades também com custos altos
Lasansky, presidente: oportunidades também com custos altos (./Divulgação)

Um dos pilares para o bom desempenho da empresa no ano passado foi o aumento da produtividade, com base em três aspectos. O primeiro foi a redução da idade média da frota de 28 para 23 meses — carros mais novos têm menor custo de manutenção e proporcionam uma receita maior quando são revendidos nas lojas de seminovos da Localiza. Além disso, a empresa investiu na digitalização, lançando um serviço pelo qual os clientes podem fazer todo o processo de locação por meio de um aplicativo e retirar o automóvel sem passar pelo balcão das lojas.

A Localiza também reduziu em 25% no ano passado os contratos para a gestão de frotas de uso severo, como é o caso de ambulâncias e veículos de polícia, que proporcionam um retorno menor para a empresa. Trata-se de uma medida ainda em andamento: ao longo do primeiro semestre, a frota da Localiza nesse segmento caiu de 31 000 para 23 000 carros. O aumento da eficiência foi acompanhado por um reajuste de 15,4% nos preços dos serviços em 2024. “Essa recomposição foi uma necessidade diante do aumento no custo de capital e do preço dos carros novos, que tem impacto na depreciação”, afirma Lasansky.

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Na prática, a Localiza acaba sendo uma plataforma de mobilidade para quem não quer ou não está em condições de manter um automóvel próprio. Para isso, a empresa oferece o aluguel de carros para motoristas de aplicativos de transporte como o Uber (por meio do serviço Zarp), carros por assinatura sem burocracia (Localiza Meoo), o aluguel de automóveis no formato tradicional e a gestão de frotas para empresas que preferem ter esse serviço fornecido por terceiros e evitar custos com veículos próprios.

Parte do bom momento da Localiza pode ser atribuída a uma gradativa mudança no perfil do consumidor: de um modelo baseado na propriedade para outro em que o carro faz parte de um serviço contratado. Não é um processo linear, no entanto. “Para muitas pessoas no Brasil, a cultura de posse do veículo ainda é predominante”, afirma Milad Kalume Neto, consultor da K. Lume, especializada no mercado automotivo. “Mas consumidores jovens gostam de flexibilidade de acesso e, em geral, não possuem capital suficiente para a compra de um carro.” Para eles, usar carros de aplicativo ou recorrer a uma assinatura ou ao aluguel de veículos podem ser opções mais atraentes. Os negócios da Localiza têm tudo para continuar pegando carona nessa tendência.

Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19

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