Santiago/São Paulo, 22 jun (EFE).- A chilena LAN e a brasileira TAM concluíram nesta sexta-feira a fusão que anunciaram em agosto de 2010 e que deu como resultado a criação da Latam, a maior companhia aérea da América Latina e um dos dez principais grupos mundiais de transporte aéreo.
As empresas completaram com sucesso a troca de ações na bolsa de São Paulo, o último passo do processo de fusão, segundo informou a nova companhia aérea em comunicado.
Os acionistas da Tam passaram 99,9% de seus títulos na oferta por ações da LAN, à razão de 0,9 ação da LAN por cada uma da TAM.
Segundo um comunicado da bolsa de São Paulo, a oferta pública pela troca de ações registrou um volume financeiro de R$ 3,120 bilhões.
Foram negociadas 7.761.078 ações ordinárias da TAM ao preço de R$ 52,50 por ação e um volume financeiro de R$ 407,45 milhões.
Além disso, foram negociadas 21.962.811 ações preferenciais no valor de R$ 52,50 por ação e um volume de R$ 1,153 bilhões.
O vice-presidente executivo da LAN, Enrique Cueto, assegurou que a criação da Latam Airlines Group é ‘uma oportunidade para levar a América do Sul para o mundo’ e lhe permitirá ao grupo se posicionar para operar ‘em um cenário cada vez mais competitivo’.
O vice-presidente da TAM, Mauricio Rolim Amaro, ressaltou que a fusão gerará um ‘maior valor para os acionistas’ e constituirá uma contribuição ‘para o desenvolvimento econômico, social e cultural’ da região.
Com um valor da bolsa superior a US$ 12,5 bilhões, a companhia aérea Latam conta com uma frota de 310 aviões e oferecerá a seus passageiros cerca de 150 destinos para 22 países.
No negócio de carga, a companhia chegará a 169 cidades em 27 países e terá acesso à ‘rede mais ampla de rotas da América Latina e conectada com os principais destinos no mundo’, informou a Latam.
A nova companhia tem mais de 51 mil empregados e se estima que sua receita anual superará US$ 16 bilhões em 2014.
Este montante inclui o aumento de perto de US$ 700 milhões anuais que gerarão as sinergias que se derivarão do processo de fusão a partir do quarto ano de associação.
Durante os 12 primeiros meses, LAN e TAM estimam que as sinergias subiram para entre US$ 170 milhões e US$ 200 milhões, embora neste período a Latam terá despesas por um número similar pelos custos associados no fechamento da transação.
Quanto à estrutura corporativa da nova firma, Maurício Rolim Amaro será o presidente do Conselho de Administração da Latam, enquanto o chileno Enrique Cueto assumirá a Presidência Executiva.
Enrique Cueto ressaltou que cada empresa do grupo mantém seus centros de operações atuais em Santiago e São Paulo, e vai continuar operando com suas marcas.
‘Este é o começo de uma longa viagem e os benefícios para nossos clientes irão se incorporando gradualmente, à medida que avançar a integração de ambas as companhias’, assinalou Cueto.
O processo de fusão entre LAN e TAM se prolongou por quase dois anos desde seu anúncio, período durante o qual ambas as firmas obtiveram as permissões requeridas pelos organismos reguladores de cada país.
Em setembro do ano passado, o Tribunal de Defesa da Livre Concorrência (TDLC) chileno aprovou a operação, embora tenha exigido o cumprimento de 11 medidas de diminuição de obrigações, entre elas renunciar a algumas linhas de voo e pelo menos a uma das alianças globais nas quais LAN e TAM participam.
As duas companhias aéreas recorreram na Corte Suprema contra três destas medidas por considerá-las ‘ilegais e em alguns casos inconstitucionais’, embora o tribunal tenha rejeitado o pedido.
Após receber a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Comissão de Valores dos Estados Unidos, LAN e TAM iniciaram no dia 10 de maio a troca de ações, que na terça-feira da semana passada foi estendida para até esta sexta-feira. EFE