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Juros altos vão de herói a vilão no resultado do Nubank

Nubank reportou lucro de US$ 17 milhões impulsionado pelo aumento na base de clientes e das transações de crédito, mas inadimplência aumenta

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2022, 18h12 - Publicado em 16 ago 2022, 15h12

O Nubank reportou lucro de 17 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, aumento de 68,3% ante o trimestre anterior e de 3,03% na comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro foi impulsionado pelo aumento na base de clientes, encerrando o trimestre com um saldo de 65,3 milhões de usuários, alta de 57% na comparação anual. Os números, no entanto, ainda não animam o mercado, dado que a expansão da base também está atrelada ao aumento da inadimplência dos clientes.

Ao passo que a elevação de juros para conter a inflação no país pode aumentar o caixa dos bancos devido ao encarecimento do crédito, a medida também pode se reverter em prejuízo com o aumento da inadimplência dos clientes. O banco reportou uma receita de 1,2 bilhão de dólares, aumento de 230%. “Mais da metade da receita, cerca de 74%, são referentes às transações de crédito, beneficiada pelo aumento de juros. O CDI saltou de uma média de 3,2% para 12,4% ao ano, então, o aumento das transações e as novas linhas criadas pelo banco, como o Pix parcelado no cartão, refletiu de forma bastante positiva na receita”, avalia Danielle Lopes, sócia e analista de ações da empresa de análises de investimentos Nord Research. Para a analista, o mercado agora deve ficar atento no comportamento da receita quando os juros voltarem a baixar. Hoje as transações de consumo representam 26% da receita do Nubank, mas em cenário de juros baixos, essa conta tende a se inverter: o consumo passa a ter maior participação na receita do que as transações, mas o endividamento do cliente tem potencial de estancar essa balança.  

A oferta agressiva de crédito do banco ajudou a impulsionar a receita, mas os índices de inadimplência também aumentaram, suscitando preocupações no mercado. O índice de inadimplência do Nubank subiu de 3,5% para 4,1% na taxa de 90 dias. “Considerando o perfil de cliente do banco e as perspectivas de que a inadimplência deve continuar crescendo, esse dado vai ficar no radar do mercado”, diz João Daronco, analista da Suno Research. Os clientes do Nubank são de média e baixa renda, parcela que mais sente os efeitos de corrosão na renda causada pela inflação e que estão entre os grupos mais endividados da população.

O banco reportou um prejuízo de 29 milhões de dólares, menos que os 45 milhões do primeiro trimestre do ano, mas maior que o o saldo registrado no mesmo período do ano passado, de 15,2 milhões de dólares. Após a divulgação dos resultados na segunda-feira, 15, as ações encerraram o dia com alta de 10% e na tarde desta terça-feira, 16, negociam com alta de 25%. 

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