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Investida pelo BNDES, Ourofino mira terapia com células-tronco para pets

Concorrente de gigantes no mercado global, a Ourofino vê no cuidado aos animais de estimação uma via de crescimento para alcançar uma receita bilionária

Por Felipe Mendes Atualizado em 13 jul 2022, 17h16 - Publicado em 13 jul 2022, 16h23

O fenômeno da “humanização” dos animais de estimação tem levado diversas empresas a investirem pesado em ofertas para o bem-estar e a longevidade dos pets. Depois da expansão do varejo especializado, os segmentos que mais crescem nesse tipo de mercado são a venda de medicamentos e de serviços veterinários. Juntas, essas vertentes devem alcançar um faturamento superior a 10 bilhões de reais em 2022, segundo estimativas do Instituto Pet Brasil. De olho nesse potencial, a Ourofino Saúde Animal investiu 20 milhões de reais para adquirir a startup de biotecnologia Regenera, que desenvolveu uma terapia com células-tronco para cães. O objetivo da empresa, agora, é expandir a disseminação do tratamento e ganhar escala na América Latina.

Para Kleber Gomes, CEO da Ourofino, as transformações do setor catapultam as possibilidades da empresa paulista, que disputa mercado com gigantes multinacionais como Pfizer, Merck e Eli Lilly, primeira companhia a lançar antidepressivos para os pets. “O mercado mudou. Antigamente, o médico veterinário era só generalista. Hoje, já existem profissionais especializados, voltados ao tratamento dermatológico, cardiológico e outros. Isso aquece muito o setor”, diz Kleber Gomes, CEO da Ourofino. “O mercado era sedento de tratamentos específicos para os animais, até porque não dá para usar medicamentos humanos. O animal requer um cuidado diferente.”

Fundada em 1987, com um portfólio voltado à avicultura, a empresa com sede em Cravinhos, no interior de São Paulo, expandiu sua atuação aos poucos. Antes de anunciar o inovador tratamento para pets por meio de células-tronco, transformou-se em uma indústria veterinária com medicamentos e vacinas para bovinos, equinos e suínos e, agora, pretende chegar a seu primeiro bilhão de reais em faturamento. Em 2021, a companhia atingiu uma receita líquida de 905 milhões de reais, um avanço de 24% em relação a 2020, e uma geração de caixa ajustada de 172,5 milhões de reais, alta de 21% frente ao ano anterior.

Uma das empresas de capital aberto com maior percentual de penetração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com 12,26% de presença do banco de fomento em sua composição, a Ourofino tem apostado forte na diversificação de sua atuação e do território. A empresa já tem subsidiárias no México e na Colômbia e, por meio de sua rede de distribuição, alcança países como Espanha e Rússia. “A expansão internacional é um dos aceleradores de crescimento da companhia”, diz Gomes. “Estamos providenciando o registro de novas soluções que adotamos no Brasil para outros países da região também.”

Tratamento com células-tronco

Regulamentada no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, em 2020, os tratamentos com células capazes de originar qualquer tecido do corpo, as chamadas células-tronco, estão se mostrando eficazes contra diversos problemas em animais. Por meio do produto NeoStem, indicado e comercializado por uma rede de veterinários autorizados, a Ourofino traz soluções para as sequelas de cinomose (perda da cognição, alterações de equilíbrio e paralisia), osteoartroses (problemas ortopédicos em cães de idade avançada) e para a ceratoconjuntivite seca, doença que causa inflamação e olho seco entre os bichos. “É um tratamento imunomodelador, que ataca diretamente o sintoma, a inflamação, e isso faz com que a qualidade de vida do animal seja recuperada com um excelente nível de eficiência”, afirma Gomes. “A gente entende que essa tecnologia pode ser adotada para outras doenças no futuro. E essa é a vantagem de absorver uma empresa como a Regenera.”

Além dessa aquisição da Regenera, a Ourofino mostra-se disposta a fazer novos investimentos para ganhar presença de mercado, sobretudo o de cuidados aos animais de estimação, que representa uma fatia de 13% do seu faturamento. Para o futuro, uma hipótese vislumbrada pela companhia seria aumentar seu portfólio por meio do investimento, por exemplo, em produtos que auxiliam a dieta nutricional e cuidados para beleza dos pets. “O envelhecimento dos animais de companhia e a necessidade de novas soluções para o mercado fazem com que a gente continue avaliando o mercado, inclusive em segmentos que vão além do mercado farmacêutico veterinário”, revela. “Esse mercado de tratamentos coadjuvantes via suplementos nutricionais, snacks funcionais, embelezamento, é algo que a gente vê com bastante sentido para o futuro.”

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