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Informalidade crescente sustenta queda na taxa de desemprego

Taxa de desocupação caiu para 10,5%, a menor desde 2015, mas informalidade é crescente e soma 38,7 milhões de brasileiros trabalhando sem carteira

Por Luana Zanobia Atualizado em 1 jun 2022, 12h33 - Publicado em 31 Maio 2022, 10h50

O mercado de trabalho continua sinalizando forte recuperação. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 31, a taxa de desocupação caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril, queda de 0,7 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, encerrado em janeiro, e de 4,3 pontos percentuais com relação ao mesmo trimestre de 2021. Essa é a menor desocupação para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando a taxa registrada foi de 8,1%. A queda na taxa de desemprego é fortemente amparada no aumento de empregos com carteira assinada, mas também na informalidade crescente, com os empregos sem carteira registrando o maior índice da série histórica.

Apesar da recuperação no mercado de trabalho, o desemprego no Brasil ainda é alto e continua na casa dos dois dígitos: 11,3 milhões de brasileiros ainda estão sem emprego, mas já é menor que os 15,2 milhões de pessoas registrado no mesmo período do ano anterior. A boa notícia, no entanto, está atrelada ao aumento de vagas informais, com um contingente da população cada vez maior nessa situação. O Brasil possui 38,7 milhões de trabalhadores sem carteira, registrando uma taxa de informalidade de 40,1%. A taxa é maior que a do trimestre do ano anterior, que havia sido de 39,3%. No trimestre encerrado em abril, os trabalhadores sem carteira totalizaram 12,5 milhões, alta de 20,8% no ano, ou seja, 2,2 milhões de pessoas passaram a trabalhar na informalidade. Essa é o maior registro de pessoas na informalidade da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE.

O alento é que o número de trabalhadores com carteira assinada também aumentou, alcançando 35,5 milhões de pessoas, uma alta de 2% frente ao trimestre anterior, e de 11,6% na comparação anual, acréscimo de 3,7 milhões de pessoas trabalhando na formalidade.

Aperto

Apesar de mais gente trabalhando, o salário dos trabalhadores também está mais enxuto. O rendimento no trimestre ficou estável em 2.569 reais, mas apresenta uma redução de 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando era de 2.790 reais.

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