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Inflação oficial volta aos dois dígitos após cinco anos

Com a alta de 1,16% em setembro, maior para o mês desde o início do plano real, IPCA acumula 10,25% nos últimos doze meses

Por Larissa Quintino Atualizado em 8 out 2021, 16h59 - Publicado em 8 out 2021, 09h15

A inflação, que pressiona o dia a dia das famílias, atingiu dois dígitos no acumulado de doze meses, algo que não acontecia desde fevereiro de 2016, quando chegou a 10,35%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro acelerou 1,16% no mês. Com o resultado, o indicador acumula alta de 10,25% em doze meses. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE.

A inflação registrada em setembro é a maior para o mês desde 1994, início do Plano Real, quando o índice foi de 1,53%. A alta do mês foi generalizada, com aumento em oito das nove categorias de preço pesquisadas. Como mostra VEJA desta semana, o fantasma do descontrole da inflação assusta e o assunto não interessa apenas os economistas. A alta dela corrói o poder de compra da população, que rapidamente é afetada à medida que o arroz, a carne, o tomate, o botijão de gás, a energia elétrica e o transporte passam a devorar parcelas cada vez maiores dos seus vencimentos.

Em setembro, os grupos habitação, transporte e alimentação e bebidas contribuíram com cerca de 86% do resultado de setembro (1 ponto percentual do total de 1,16). Desses, a maior foi em habitação, que acelerou 2,56%. Nos itens que compõe esse grupo estão a energia elétrica, com alta de 6,47%. No mês, passou a valer a bandeira tarifária “escassez hídrica”, que acrescenta 14,20 reais na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. No mês anterior, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, em que o acréscimo é menor, 9,49 reais. Além disso, houve reajustes tarifários em Belém, Vitória e São Luís.

“Essa bandeira foi acionada por conta da crise hídrica. A falta de chuvas tem prejudicado os reservatórios das usinas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário acionar as termelétricas, que têm um custo maior de geração de energia. Assim, a energia elétrica teve de longe o maior impacto individual no índice no mês, com 0,31 ponto percentual, acumulando alta de 28,82% em doze meses”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

Os preços do gás de botijão (3,91%) também continuaram subindo em setembro, pesando no indicador. “A gente tem observado uma sequência de aumentos do GLP (gás liquefeito de petróleo) nas refinarias pela Petrobras. Há ainda os reajustes aplicados pelas distribuidoras. Com isso, o preço para o consumidor final tem aumentado a cada mês. Já foram 16 altas consecutivas. Em 12 meses, o gás acumula aumentos de 34,67%”, detalha Kislanov.

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Outro grupo que pressionou os preços foram os transportes (1,82%). Mais uma vez, a alta ocorre por conta dos combustíveis, que subiram 2,43%, influenciados, pela gasolina (2,32%) e o etanol (3,79%). Em 12 meses, a gasolina já aumentou 39,60% e o etanol, 64,77%. Também subiram no mês o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%). As passagens aéreas (28,19%) tiveram a maior alta entre os itens não alimentícios no mês, após queda de 10,69% em agosto, registrando o terceiro maior impacto individual no índice geral. Os preços dos transportes por aplicativo avançaram 9,18% em setembro, e já tinham subido 3,06% no mês anterior.

Alimentos desaceleram

Alimentação e bebidas (1,02%) tiveram uma leve desaceleração em relação a agosto (1,39%) por conta do recuo das carnes (-0,21%), após 7 meses consecutivos de alta, o que acabou puxando a alimentação no domicílio para baixo (1,19%), frente ao resultado de 1,63% no mês anterior. “Essa queda das carnes pode estar relacionada à redução das exportações para a China. No início do mês, houve casos do mal da vaca louca na produção brasileira. Com a suspensão das exportações, aumentou a oferta de carne no mercado interno, o que pode ter reduzido o preço”, explica Pedro Kislanov.

Também recuaram os preços da cebola (-6,43%), do pão francês (-2,00%) e do arroz (-0,97%). “No caso do pão francês, tivemos uma redução no preço do trigo no mercado internacional, o que pode ter impactado esse resultado”, disse Kislanov.

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Por outro lado, o IPCA continua registrando altas expressivas na alimentação dentro do domicílio. É o caso das frutas (5,39%), que contribuíram com 0,05 ponto percentual no índice de setembro, do café moído (5,50%), do frango inteiro (4,50%) e do frango em pedaços (4,42%). “O frango tem subido bastante por conta da alta do custo da ração animal. Ele também é impactado pela alta da energia elétrica. Por ser um substituto das carnes, o preço do frango costuma subir com a maior demanda”, explica o gerente do IPCA.

Também aumentaram em setembro os preços da batata-doce (20,02%), da batata-inglesa (6,33%), do tomate (5,69%) e do queijo (2,89%).

Os grupos habitação, transporte e alimentação e bebidas contribuíram com cerca de 86% do resultado de setembro. Os demais ficaram entre a queda de 0,01% em educação e a alta de 0,90% em artigos de residência.

O aumento dos preços ocorreu em todas as áreas pesquisadas em setembro. O maior índice foi registrado em Rio Branco (1,56%), influenciado pelas altas nos preços da energia elétrica (6,09%) e do automóvel novo (3,57%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (0,79%), por conta da queda nos preços da gasolina (-0,81%) e do seguro de veículo (-3,36%).

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