Inflação fica em 0,19% em julho, menor resultado para o mês em cinco anos
Reajuste de bandeiras tarifárias e de contas de luz fizeram o IPCA subir de 0,01% em junho para 0,19% em julho; os outros setores ficaram estáveis
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,19% em julho. A taxa representa ligeira alta frente ao mês anterior, quando o índice de inflação oficial do país ficou em 0,01%, mas representa o resultado mais baixo para o mês desde julho de 2014, quando ficou em 0,01%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, o índice subiu em julho devido à alta da energia elétrica. No ano, a inflação acumulada é de 2,42% e, em 12 meses, de 3,22%. O índice segue abaixo da meta de 4,25% definida pelo governo para o ano, mas dentro da margem de tolerância de 2,75% a 5,75%.
Segundo Pedro Kislanov, analista da pesquisa, se não fosse a energia elétrica, o IPCA de julho ficaria muito próximo da estabilidade, pois outros grupamentos importantes, como alimentação, transportes e saúde e cuidados pessoais, tiveram estabilidade ou queda. Segundo ele, dois fatores contribuíram para o aumento no item energia elétrica: a mudança da bandeira tarifária, que passou de verde para amarela, e o reajuste da tarifa em São Paulo. A alta do item foi de 4,48% no mês, acelerando para 1,20% o grupo habitação.
O grupo alimentação e bebidas, que responde por cerca de um quarto das despesas das famílias, ficou estável, com variação de 0,01%. Houve alta em alguns itens, como cebola, frutas e carnes. Tomate, hortaliças e batata ficaram mais baratos, equilibrando a inflação do setor para o período.
Já os transportes tiveram deflação em julho, com uma variação negativa de -0,17%. Apesar das passagens aéreas terem aumentado pelo segundo mês seguido, foram os combustíveis que ditaram o comportamento de queda do grupo, com mais um mês de queda de gasolina e etanol, que tem grande impacto no orçamento das famílias.
O setor de saúde e cuidados pessoais foi outro que teve deflação, de -0,20%, por causa dos itens de higiene pessoal, que tiveram descontos e promoções. Já o grupo de despesas pessoais subiu 0,44%. O setor sofreu o impacto sazonal das férias de julho com a alta de 4,43% em excursões.