Inflação dos aluguéis: o que derrubou o IGP-M em maio
O resultado veio melhor do que a mediana das projeções (-0,36 %) e fez o acumulado em 12 meses ceder de 7,17 % para 7,02 %

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou negativo em maio, caindo 0,49 % após ter subido 0,24 % em abril. O resultado veio melhor do que a mediana das projeções (-0,36 %) e fez o acumulado em 12 meses ceder de 7,17 % para 7,02 %. No ano, a alta é de 0,74 %. Um ano atrás, em maio de 2024, o indicador avançara 0,89 % no mês e recuava 0,34 % no intervalo de 12 meses. Apesar da deflação, o IGP-M ainda sobe mais de 7 % em 12 meses, patamar que mantém pressão sobre contratos indexados — sobretudo aluguéis.
Três pontos explicam o resultado, segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE. “A expectativa de safra volumosa derrubou milho, soja e arroz, enquanto o minério de ferro voltou a perder força com a menor demanda global, reforçando a desaceleração do IPA. No IPC, a combinação entre queda no querosene de aviação e baixa temporada fez as tarifas aéreas recuarem. Já no INCC, materiais ficaram mais baratos, mas o custo da mão de obra ainda impede uma queda maior”, diz.
Responsável por 60% do índice, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) encolheu 0,82 % em maio, revertendo a alta de 0,13 % de abril. A queda foi liderada pelas Matérias-Primas Brutas (-2,06 %), enquanto Bens Intermediários recuaram 0,33 %. Nos Bens Finais, a taxa desacelerou para 0,61 %, mas, ao se excluir alimentos in natura e combustíveis, o subíndice subiu ligeiros 0,79 %, indicando que a trégua ainda não é generalizada.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 0,46 % para 0,37 %. Quatro das oito classes de despesa ajudaram: Alimentação (0,46 %), Saúde e Cuidados Pessoais (0,79 %), Comunicação (-0,58 %) e Educação, Leitura e Recreação (-0,60 %). Habitação (0,71 %) e Despesas Diversas (0,82 %) aceleraram, enquanto Transportes (0,09 %) e Vestuário (0,47 %) mostraram leve alta.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,26 %, menos da metade do avanço de abril (0,59 %). Materiais e Equipamentos passaram a deflação (-0,12 %), Serviços desaceleraram a 0,40 % e Mão de Obra avançou 0,72 %, ainda pressionada por acordos coletivos.