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Indústria de pneus será duramente afetada pelo tarifaço, segundo fabricantes

“As tarifas trazem grande preocupação”, diz Rodrigo Navarro, CEO da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2025, 16h38 - Publicado em 4 ago 2025, 16h25

Ameaçada pelas importações de pneus da Ásia que têm inundando o mercado nacional com produtos abaixo do preço de custo, a indústria brasileira também vai ser prejudicada pela taxação das exportações. A partir de 6 de agosto, pneus agrícolas, de carga e de motocicletas exportados do Brasil para os Estados Unidos terão tarifas adicionais de 50%. Pneus de passeio brasileiros vendidos nos EUA permanecem com a tarifa de 25%, estipulada em maio.

“As tarifas de 50% e 25% impostas pelo governo norte-americano trazem grande preocupação”, diz Rodrigo Navarro, CEO da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). “Trata-se de mais um desafio a ser enfrentado no contexto do setor. Desde 2020 temos convivido com o crescimento das importações, muitas vezes com valores abaixo do custo (dumping), afetando duramente a indústria no país, empregos, investimentos e reduzindo a compra de matérias-primas locais”, afirma. 

A indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil compreende onze empresas, Bridgestone, Continental, Dunlop, Goodyear, Maggion, Michelin, Pirelli, Prometeon, Rinaldi, Titan e Tortuga, e 21 fábricas instaladas no Brasil, em sete estados. O setor emprega diretamente 32 mil pessoas e mais de 500 mil de forma indireta.      

As exportações representam 20% das vendas do setor. No ano passado, foram exportados 9,8 milhões de pneus e os Estados Unidos são o principal destino, respondendo por mais de um terço do volume: 3,2 milhões de unidades.

Entre os taxados em 50%, o setor de pneus de carga é o que mais deve sentir o impacto do protecionismo norte-americano.  Nos seis primeiros meses do ano, os Estados Unidos compraram ainda 38% dos 1,32 milhão de pneus de carga exportados no período.  Em níveis percentuais, a representatividade dos Estados Unidos nas exportações de pneus de carga supera a de pneus de passeio, cujas vendas para os EUA somaram 34% do total de 4,22 milhões de pneus exportados.

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A associação  participou de reuniões com o vice-presidente Geraldo Alckmin e equipe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com os governadores de São Paulo e Bahia, CNI, FIESP e FIEB, para contribuir e apoiar nas negociações e ações em curso. “Vamos continuar com os esforços junto aos principais interlocutores-chave envolvidos nesse tema, incluindo governo federal, estadual e outras entidades setoriais, para fortalecer as iniciativas de diálogo com o governo norte-americano”, ressalta Navarro.

“As tarifas trazem prejuízos para os dois mercados e afetam as empresas do setor, em especial as que investiram em linhas de produção no Brasil exclusivamente para exportação para os EUA”, acrescenta Navarro.

Segundo a associação, São Paulo é um dos estados mais afetados pelas medidas tarifárias do governo norte-americano. Em 2024, São Paulo concentrou 49,4% dos pneus produzidos para exportação, com 9 fábricas. Em 2025, até junho, o índice foi de 52,7%. Depois de São Paulo, a Bahia é o segundo maior estado em exportação de pneus, com 24,3% de participação em 2024 e 21,9% em 2025, com 3 fábricas. Outros estados que também abrigam plantas industriais com operações relevantes em exportação são Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.

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