Indicador da FGV mostra perda de fôlego na geração de emprego
Índice mede a expectativa de geração de vagas adiante; em setembro, houve queda de 0,5 ponto
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 0,5 ponto na passagem de agosto para setembro, para 76,4 pontos. O indicador é um termômetro sobre a geração de vagas adiante. Quanto maior o patamar, mais aquecido o mercado.
O indicador de desaceleração vem após dados do governo sobre o mercado de trabalho e contratações formais mostrem um bom desempenho sobre a empregabilidade no país. A Pnad de agosto mostrou que a taxa de desocupação de 7,8% é a menor registrada desde fevereiro de 2015.
Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), afirma que o resultado de setembro do IAEmp sinaliza a perda de força. “Mesmo com alguns sinais positivos do ambiente macroeconômico, os efeitos na atividade e, consequentemente, no mercado de trabalho não devem ser tão imediatos. A desaceleração econômica, especialmente em atividades intensivas no fator trabalho contribuem para esse ritmo mais fraco do indicador, que deve permanecer assim até que elas reajam de maneira mais efetiva”.
O desempenho do Produto Interno Bruto surpreendeu no primeiro semestre, com crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, a expectativa é de desaceleração nos próximos meses, já que há os efeitos da política monetária são defasados. Embora o BC tenha dado início aos cortes na Selic, a taxa está em 12,75%, a taxa continua em patamares elevados.
Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 4, cinco dos sete componentes medidos pelo IAEmp contribuíram negativamente para o resultado. Os piores desempenhos no mês foram dos itens Emprego Previsto da Indústria, com contribuição de -0,3 ponto, e Emprego Local Futuro do Consumidor, com -0,4 ponto. Já as variações positivas vieram de Tendência dos Negócios da Indústria, com 0,3 ponto, e Emprego Previsto de Serviços, com 0,3 ponto.