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Ibovespa tem viés de queda após divisão no Copom

Abertura de mercado; decisão dividida que opôs os diretores indicados pelo governo e Campos Neto preocupam investidores

Por Tássia Kastner
9 Maio 2024, 08h19

No ano passado, quando o governo Lula entrou em uma cruzada contra o Banco Central, que relutava em baixar as altas taxas de juros, uma das críticas mais frequentes era o fato de que não havia divergência entre os membros do comitê. Todas as decisões eram unânimes.

Isso agora é coisa do passado. A decisão do Copom da noite de ontem, de cortar o juro em 0,25 p.p., e não em 0,50 p.p., como havia sido pré-contratado na reunião anterior, mostrou uma divisão clara entre os membros do votaram por reduzir menos os juros. Os indicados sob a gestão Lula queriam a manutenção do ritmo em 0,50 p.p. A Selic agora está em 10,5% ao ano.

A cisão no grupo é uma das razões por trás da queda de 0,91% no EWZ (o ETF que representa a bolsa brasileira em Wall Street) e dá um indício de que o Ibovespa deve abrir em queda nesta quinta. O sinal também é negativo em Nova York.

O Copom justificou sua decisão afirmando que as expectativas para inflação tiveram uma leve alta e que é preciso reancorá-las mais perto da meta. Não só isso: o risco de os países ricos, aqui notadamente os Estados Unidos, adiarem os cortes de juros para além de setembro pode pesar no câmbio e impactar a inflação. Do lado doméstico, o comunicado do Copom mencionou o risco fiscal.

Ainda assim, as razões para uma divisão tão clara no comitê só serão conhecidas quando a ata for divulgada, daqui 10 dias.

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Enquanto isso, investidores precisam recalcular suas apostas enquanto fazem sua própria política. Roberto Campos Neto, o presidente do BC, encerra seu mandato no fim de 2024. O novo chefe será indicado pelo governo Lula e, daí em diante, o Copom terá maioria de apontados pelo atual governo. É a regra do funcionamento do BC – depois da nomeação, diretores têm autonomia nas suas decisões.

Acontece que a Faria Lima tende a preferir diretores e presidente de BC mais pró-mercado, e costuma chiar quando não tem suas vontades atendidas. Ou seja, a possibilidade de um BC mais ativistas, algo defendido pela indústria, deve pesar na bolsa.

Enquanto isso, Nova York cai justamente porque cada vez mais dirigentes do Fed estão vindo a público afirmar que por lá os juros podem ficar mais altos para conter a inflação. Nada exatamente novo, mas que aumenta o nível de ansiedade de investidores na hora de calcularem suas apostas. Bons negócios.

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9h30: Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA
15h: Mary Daly (Fed/San Francisco) fala em evento
15h: Haddad concede entrevista ao Estadão
16h: México divulga decisão de política monetária
20h: Peru tem decisão de política monetária

Balanços

Antes da abertura: Azul
Após o CSN Mineração; CVC; Cyrela; Eztec; Fleury; Hapvida; Magazine Luiza; Petz; Rumo; Sabesp; Suzano

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