Ibovespa sofre pressão externa e deve fechar abril no vermelho
Abertura de mercado: Países da zona do Euro registram crescimento de PIB, mas a inflação resiliente ainda preocupa investidores
O Ibovespa tem pouquíssima margem de manobra para fechar o mês no azul. Ontem, o índice voltou a ser negociado acima dos 127 mil pontos, mas ainda é preciso uma alta adicional, para os 128 mil pontos, para que abril termine no positivo. Para empatar, o índice tem que subir 0,59% hoje. A julgar pelo cenário externo, há poucas chances de isso acontecer.
A Zona do Euro divulgou nesta manhã uma bateria de PIBs de seus países, mostrando que o bloco econômico saiu do risco de recessão após um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre, quando comparado com o fim do ano passado.
A notícia positiva, porém, é parcialmente ofuscada por dados de inflação resiliente. Os preços avançaram 2,4% em abril, mesma magnitude resgistrada em março. E isso coloca em xeque as quedas de juros, ainda que por lá o cenário-base seja de cortes a partir de junho.
Isso, combinado com números fracos dos balanços de grandes empresas, como Stellantis e Lufthansa, coloca as bolsas europeias no terreno negativo nesta manhã. Mesmo o banco espanhol Santander, cujo lucro saltou, 11%, entregou um resultado aquém do esperado pelo mercado.
A operação brasileira do Santander, por outro lado, superou as estimativas. O lucro cresceu 41,2%, para 3,021 bilhões de reais no primeiro trimestre, marcando o processo de virada de chave da instituição financeira. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) avançou para 14%, mas ainda segue distante dos mais de 20% que os bancões estavam entregando antes da pandemia.
Nos EUA, o dado mais importante será o balanço da Amazon, após o fechamento do mercado. Nesta manhã, investidores adotam uma postura cautelosa em Wall Street, e os futuros das bolsas cedem. Para além dos resultados corporativos, o mercado financeiro global aguarda com expectativa o resultado da reunião do Fed, que termina amanhã.
Só que isso também é um problema para as bolsas globais. Em parte dos países, como no Brasil, o 1º de Maio é feriado e não há negociação. Sem poder negociar após a decisão do Fed, o mais comum é que investidores zerem posições para minimizar riscos, o que usualmente leva a queda nas ações. A esperança do Ibovespa fica pelo viés de alta do EWZ em Nova York. A ver se o índice conseguirá contrariar o fluxo internacional.
Agenda do dia
8h25: Banco Central divulga pesquisa Focus
9h: IBGE divulga Pnad Contínua e desemprego
9h30: Caged
11h: Confiança ao Consumidor nos EUA
14h30: Estoque da Dívida Pública (Tesouro)
Balanços
Antes da abertura: Santander, 3M, Coca, McDonald’s
Após o fechamento: AMD e Amazon