Ibovespa abre pregão em queda com 141 mil pontos e dólar opera a R$ 5,45
Mercado repercute perdas no sistema financeiro americano e acompanha movimentações diplomáticas entre Mauro Vieira e Marco Rubio para conter tarifaço

O Ibovespa abriu em queda nesta sexta-feira (17), atingindo 141 000 pontos, com os investidores buscando se proteger do risco diante de sinais de estresse no crédito de bancos regionais dos Estados Unidos, enquanto o mercado nacional acompanha mais um capítulo da disputa comercial entre os dois países.
No campo diplomático, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou na tarde de ontem (16) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre a recente taxação imposta pelos EUA ao Brasil, tentando negociar uma possível trégua. Vieira afirmou que os dois países deverão trabalhar em uma agenda de reuniões voltadas a negociações comerciais nas próximas semanas, além de mencionar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar em breve com Donald Trump.
Os grandes bancos iniciaram o pregão no vermelho, com o Bradesco (BBDC4) liderando as perdas, em queda de -0,80%, seguido pelo Itaú (ITUB4), com -0,56%. O Banco do Brasil (BBAS3) recuava -0,54% e o Santander (SANB11), -0,46%. A manhã também não favoreceu as varejistas, que abriram em baixa. A Arezzo (AZZA3) chegou a cair -2,29% às 10h30, enquanto a Magazine Luiza (MGLU3) recuava -1,83%. Entre os papéis mais negociados estavam Gol (GOLL54), Ambipar (AMPB3), Azul (AZUL4) e Magazine Luiza (MGLU3).
Cenário internacional
O banco regional norte-americano Zions despencou 13% após divulgar que registrará uma perda de US$ 50 milhões no terceiro trimestre, referente a dois empréstimos de sua divisão na Califórnia. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China também afetaram o sentimento dos investidores. Na quinta-feira, a China acusou Washington de provocar pânico em torno dos controles chineses sobre terras raras, rejeitando o pedido da Casa Branca para revertê-los.
O dólar comercial opera com leve alta, a 5,45 reais. Para Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, a moeda norte-americana segue relativamente estável, enquanto o mercado digere notícias sobre fraudes cometidas por devedores que obtiveram empréstimos junto a bancos regionais dos EUA. “Esse foi o principal vetor para as bolsas fecharem no negativo. Esses casos podem ser pontuais e não necessariamente indicam um problema sistêmico. Se olharmos os resultados dos grandes bancos americanos que reportaram ao longo da semana, percebemos que a qualidade do crédito melhorou”, explica.
Em Wall Street, o Dow Jones Futuro sobe 0,10%, o S&P Futuro recua 0,22% e o Nasdaq Futuro apresenta baixa de 0,35%.