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IBGE estima safra 3,8% menor em 2024, refletindo efeitos do El Niño

Produção de grãos deve ser de 303,4 milhões de toneladas no ano, abaixo das 315,4 milhões de toneladas de 2023

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 Maio 2024, 17h25 - Publicado em 8 fev 2024, 10h24

A safra brasileira de grãos deve alcançar 303,4 milhões de toneladas de acordo com a estimativa de janeiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira, 8, pelo IBGE. Este resultado é 3,8%, ou 12 milhões de toneladas abaixo da safra obtida em 2023, de 315,4 milhões de toneladas, e 1,% menor (3,1 milhões de tonelada) do que a estimativa de dezembro de 2023.

Segundo o IBGE, a redução da estimativa  impacto dos problemas climáticos ocorridos ao longo de 2023. “Houve excesso chuvas no Rio Grande do Sul, atrasando o plantio dessa nova safra; e períodos de seca com temperaturas elevadas nas regiões Norte e Centro-Oeste”, disse o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

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Ele explica que os efeitos causados pelo fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo excesso de chuvas nos estados da região Sul, e a falta de chuvas regulares, combinada com o registro de elevadas temperaturas na região Centro-Norte do país trouxeram, como consequência, uma limitação no potencial produtivo da soja em boa parte das unidades da federação produtoras, justificando a queda de 2,7% na quantidade produzida em relação ao último prognóstico apresentado.

Os eventos climáticos geram queda nas estimativas nessas regiões e estados. A cultura mais afetada foi a soja que, com estimativa de 150,4 milhões de toneladas, decréscimo de 1% em relação ao que foi produzido em 2023, mesmo com um aumento na área plantada, o que mostra um declínio na produtividade bastante relevante.

O milho, com uma produção estimada de 117,7 milhões de toneladas, teve queda de 10,2% em relação a 2023 e alta de 0,7% em relação a dezembro. O produto também teve redução de 4,8% na área plantada, considerando os milhos de primeira e de segunda safras. “O problema do milho é que os preços estão bastante defasados, com uma rentabilidade muito baixa. Os preços da soja também vêm caindo. Já o arroz, por outro lado, pela primeira vez, nos últimos anos, teve um aumento de 3,1% na área plantada. Como o preço está bom, os produtores ampliaram a área de plantio”, diz Barradas.

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O algodão foi o único produto a apresentar recorde de produção, estimada em 8,2 milhões de toneladas, acréscimo de 9,4% em relação ao terceiro prognóstico. Em relação a 2023, as primeiras estimativas apontam para um aumento de 5,8% na produção, devido à previsão de uma maior área plantada (8,5%). Com essa previsão, será mais um recorde na produção de algodão (em caroço), lembrando que, em 2023, a produção também foi recorde quando atingiu 7,7 milhões de toneladas.

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