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Hotéis em disparada: Rio+20 é só o começo

Tarifas na cidade são comparáveis às dos hotéis mais caros de Nova York. Agenda de eventos internacionais indica que valores ainda podem subir

Por Cecília Ritto e Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
9 Maio 2012, 18h48

Durante a conferênia, o Rio terá um feriado, para evitar que o evento e a rotina da cidade entrem em conflito, com todo o deslocamento de delegações

O cancelamento da vinda da delegação do Parlamento Europeu à Rio+20 foi o mais recente – e alarmente – sinal de que as tarifas na cidade atingiram a estratosfera. Nesta quarta-feira, o alemão Matthias Groote, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu, chegou a fazer um apelo ao governo brasileiro para intervir no que considerou “um abuso” por parte dos hotéis no Rio de Janeiro. A decisão extrema evidencia para o mundo um problema que turistas estrangeiros e brasileiros já enfrentam no Rio: uma alta de preços que põe a cidade entre as mais caras do mundo nesse quesito.

As tarifas dos hotéis cariocas são uma vez e meia mais altas que as de São Paulo e já se equiparam às de Nova York. É possível hospedar-se no tradicional Hotel Plaza Athenee, no Central Park, em Manhattan, pagando a partir de 1.127 reais, segundo o site internacional Expedia, de reservas de voos e hospedagem. O Copacabana Palace, na praia da Copacabana, apresenta valores semelhantes: a diária varia entre 1.140 reais a 5.600 reais. Todos os 243 quartos estão reservados para as dezesseis delegações estrangeiras que participarão da Rio+20. Por causa da conferência, o Copa adiou a reforma que vai modernizar quartos e saguão este ano.

Durante a Rio+20, a prefeitura foi obrigada a decretar feriado para evitar que o conflito do deslocamento das delegações entrasse em confliro com o dia a dia. A conferência é o primeiro de uma série de grandes eventos que vai fazer a situação se repetir, pelo menos, até 2016. No ano que vem a cidade terá, nos meses de julho e agosto, uma onda de alta taxa de ocupação, com a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, que trará o papa Bento XVI ao Brasil. Um ano depois, será realizada no Brasil a Copa do Mundo, em 12 capitais. Em 2016, os Jogos Olímpicos devem repetir a grande procura por hospedagens durante, pelo menos, dois meses – depois da competição principal são disputados os Jogos Paraolímpicos.

Para a conferência ambiental, o Itamaraty pediu o bloqueio de cerca de 70% dos hotéis de quatro e cinco estrelas. Segundo estimativas da Associação de Hotéis do Rio (ABIH-RJ), a ocupação da rede hoteleira deve ser de 95% durante a Rio+20. Thalia Bertani, gerente da agência de turismo Terramar, responsável por cuidar das hospedagens oficiais para o evento, acredita que a desistência da delegação do Parlamento Europeu não seja uma tendência. “Não chegou até nós qualquer cancelamento de hospedagem”, afirma.

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Mais da metade das 193 delegações convidadas para a Rio+20 confirmou suas reservas nos hotéis. Os de cinco estrelas já estão todos com a taxa de ocupação máxima. Apenas alguns quartos ficarão disponíveis como reserva técnica para o caso de algum presidente ou primeiro-ministro decidir vir ao Brasil em uma data próxima do evento.

Com a procura, os preços dos hotéis inflaram. Os de três estrelas, por exemplo, que custam entre 200 e 300 reais, estão na faixa dos 500 ou até 600 reais. De acordo com Thalia, o aumento das tarifas tem variado de hotel para hotel. O Copacabana Palace, por exemplo, nega a cobrança de diárias mais caras no período da Rio+20.

Prefeitura incentiva que cariocas deixem a cidade durante a Rio+20
Prefeitura incentiva que cariocas deixem a cidade durante a Rio+20 (VEJA)

A expectativa do governo é de que o grupo do Parlamento Europeu seja exceção. Na capital, não há quartos suficientes para abrigar todas as delegações que virão, segundo a Terramar. Foi necessário bloquear acomodações também em outras cidades.

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Feriado – A prefeitura do Rio decretou feriado municipal nos três dias da reunião de cúpula da Rio+20, de 20 a 22 de junho. A medida atende a um pedido feito pela ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para reduzir o trânsito na cidade enquanto as delegações estiverem circulando pelo Rio. A frota do município tem cerca de 2,5 milhões de veículos. Com o ponto facultativo, o objetivo será diminuir a quantidade de automóveis nas ruas durante a conferência.

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