Haddad aprofunda crise com Lira e arcabouço segue sem data de votação
Líder do Governo, José Guimarães (PT-CE) diz que trabalha com estimativa "realista" para votação na próxima semana
Os ruídos políticos entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ameaçam o andamento da pauta econômica no Congresso. O petista disse em entrevista na segunda-feira, 14, que “a Câmara está com um poder muito grande”. A fala desagradou a parlamentares e uma reunião para tratar do andamento do arcabouço fiscal, que estava marcada para ontem, foi cancelada.
Para apagar o incêndio, Haddad teve que ligar para Lira com explicações, mas não convenceu. O arcabouço, que parecia resolvido, segue sem data para votação. Os deputados precisam analisar as alterações feitas pelo Senado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira, 15, que a matéria deve ir a votação na próxima semana, em uma estimativa “realista”. “Vou trabalhar para votar na próxima semana. Se puder antes, ótimo. Mas eu vou trabalhar com uma meta mais realista”, disse.
A demora na aprovação definitiva do arcabouço gera um efeito dominó desagradável na economia. Sem o novo marco fiscal, o Orçamento de 2024 fica comprometido. O governo precisa ver o arcabouço aprovado na Câmara até o fim deste mês, para que o projeto seja usado como base da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A votação da proposta está sem data para ocorrer também por causa da indefinição em torno da reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende fazer para colocar o Centrão no governo.