Haddad anuncia novos secretários para comando da Fazenda
Haddad convoca quarteto de secretários para primeiro escalão da Fazenda que já trabalharam com ele no passado

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na tarde desta quinta-feira, 22, quatro novos secretários para o alto escalão da pasta. Rogério Ceron será o secretário do Tesouro Nacional, enquanto Marcos Barbosa Pinto será o secretário de Reformas Econômicas; Robson Barreirinhas foi indicado para a Receita Federal; e Guilherme Mello, coordenador econômico da campanha do presidente eleito Lula ficará à frente do secretariado de Política Econômica. Com o quarteto, apenas o secretário de Assuntos Internacionais fica vago por ora.
Todos os escolhidos já trabalharam com Haddad no passado. Ceron e Barreirinhas trabalharam diretamente com Haddad na prefeitura de São Paulo. Enquanto Ceron foi secretário de Finanças do futuro ministro em sua gestão na prefeitura paulistana, Barreirinhas foi indicado por Haddad para ser chefe da assessoria jurídica de finanças da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Mello, por sua vez, coordenou programa econômico da campanha de Haddad à presidência em 2018 e repetiu o posto nas eleições deste ano, assessorando Lula. “Mello me deu subsídios robustos para negociar a PEC [da Transição]”, afirmou Haddad.
Durante a coletiva, Barbosa Pinto foi elogiado por Haddad por seu trabalho na formulação do Programa Universidade para Todos, o Prouni, enquanto o futuro ministro ainda comandava a pasta da Educação. O futuro secretário, inclusive, foi pivô da demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES, em 2019, no governo Bolsonaro. À época, o atual presidente da República demonstrou incomodo com a indicação de Barbosa Pinto ao banco de fomento e solicitou sua demissão a Levy. “Eu já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: ‘Demita esse cara na segunda-feira ou demito você sem passar pelo Paulo Guedes'”, esbravejou Bolsonaro. Não precisou. Diante da má repercussão, Barbosa Pinto entregou o cargo, assim como o próprio Levy o fez posteriormente.
O quarteto de secretários escolhidos para a Fazenda se somam ao ex-presidente do Banco Fator, Gabriel Galipolo, anunciado anteriormente como secretário-executivo na pasta, ao economista Bernard Appy, que será responsável pela condução da reforma tributária, e a Anelize Almeida, que comandará a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional sob o futuro governo. Haddad confirmou que as negociações agora se voltam para o comando das estatais. “Caixa e Banco do Brasil estão mais avançados e nós vamos iniciar as discussões com o presidente sobre Basa [Banco da Amazônia] e BNB [Banco do Nordeste]”, disse ele.