Guerra: quais são as empresas brasileiras que mais subiram e mais caíram
A Petrobras aparece na posição 135º do ranking, com desvalorização de 5,26% em seus papéis com os receios de interferência na política de preços

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem gerado bastante volatilidade no mercado acionário, causando fuga dos investidores para ativos considerados mais seguros – em especial os de renda fixa – que oferecem maior proteção no atual ambiente de incertezas e em meio a um movimento global que se encaminha para um ciclo de alta de juros.
No dia 24 de fevereiro, quando as tropas russas invadiram a Ucrânia e o conflito ganhou o status de guerra, as bolsas mundiais sofreram uma queda generalizada. As da Europa, em especial, foram as mais duramente penalizadas. Prestes a completar um mês de conflito, as bolsas passaram – curiosamente – a recuperar as perdas e estão se mostrando bem mais resilientes do que o esperado.
Desde então, Nasdaq, S&P 500 e o Dow Jones acumulam ganhos. No ano, o Ibovespa registra alta de 7,16%, bastante impulsionada pelas commodities, que registraram um estouro nos preços desde o início da guerra, com impactos significativos no petróleo, o qual chegou a bater 139 dólares o barril. No entanto, apesar de a bolsa brasileira ser composta em sua grande maioria por grandes empresas exportadoras de commodities, o Ibovespa acumula perda de 0,80% nesses 22 dias de conflito. Das 263 empresas que negociam volume médio diário superior a 1 milhão de reais, 197 acumulam quedas em seus papéis, sendo uma parcela significativa do setor de varejo, de acordo com levantamento da consultoria Economatica.
Os dez papéis com as maiores quedas desde o início do conflito, de 24 de fevereiro até 14 de março, são: Tenda, Azul, Sequoia Log, Gol, Banco Inter, Guararapes, Grupo Mateus, Westwing, Kora Saude, e Banco Inter. E os que acumulam as maiores alta são: Sul America, Enauta, São Matinho, Gerdau, SLC Agrícola, Bradespar, Ferbasa, Gerdau, Boa Vista e Suzano.
Segundo Rodrigo Moliterno, chefe de Renda Variável da Veedha Investimentos, a Sul America aparece única e exclusivamente no ranking devido ao anúncio de compra da seguradora pelo grupo hospitalar Rede D’Or, mas, excetuando esse fator, as ações que mais seguem valorizando são de petroleiras e siderúrgicas. A Petrobras, no entanto, é uma exceção. A companhia aparece na posição 135º do ranking, com desvalorização de 5,26% em seus papéis, em meio às recentes falas do presidente Jair Bolsonaro de interferir na política de preços da estatal. Mas ela não integra a lista das 10 maiores perdas.