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Governo e indústria anunciam R$ 1,6 trilhão para cidades sustentáveis e mobilidade

Recursos são parte da terceira etapa da política industrial do governo para impulsionar o desenvolvimento até 2033. A maior parte do dinheiro é do setor privado

Por Camila Pati Atualizado em 30 out 2024, 17h01 - Publicado em 30 out 2024, 16h00

O governo federal anunciou nesta quarta-feira, 30, em evento no Palácio do Planalto, 1,6 trilhão de reais em investimentos públicos e privados em projetos ligados à Missão 3 Nova Indústria Brasil (NIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entre outros, participaram do evento. Lula não discursou.

A terceira etapa da política industrial do governo para impulsionar o desenvolvimento até 2033 tem foco na  melhora da qualidade de vida nas cidades, nas áreas de mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico.  Do total de investimentos, a maior parte, 75%, vem do setor privado. 

Durante a cerimônia de lançamento, a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) anunciou investimentos de 833 bilhões de reais no país. Já a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) vai investir 222,5 bilhões de reais, e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, 1,6 bilhão de reais, totalizando 1,05 trilhão de reais nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029. A maior parte dos recursos será destinada a obras de mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos.

Ainda dentro dos investimentos da iniciativa privada, a WEG, empresa brasileira de alta tecnologia, anunciou 1,8 bilhão de reais para produzir baterias elétricas em larga escala no Brasil. Uma das prioridades dessa terceira missão é justamente desenvolver a cadeia produtiva de baterias para carros elétricos. A meta estabelecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) é, até 2026, ter ao menos 3% dos veículos eletrificados brasileiros circulando com baterias nacionais. A meta é chegar a 33% até 2033. 

Outro objetivo da Missão 3 é entregar, até 2026, 2 milhões de moradias contratadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), das quais 500.000 serão equipadas com painéis solares. E, até 2033, 6,9 milhões de casas, sendo 1,4 milhão com painéis fotovoltaicos.

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Já dos recursos públicos envolvidos, 113,7 bilhões de reais vêm das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção (P+P), sendo 48,6 bilhões de reais já destinados a projetos afins (desde 2023) e outros 65,1 bilhões de reais disponíveis até 2026. 

Durante o lançamento da terceira etapa da política industrial, a Finep assinou oito contratos de subvenção e dois de crédito direto para desenvolvimento de novas tecnologias nas áreas de mobilidade sustentável e centros de pesquisa, somando 157 milhões de reais. Um dos projetos é para desenvolvimento do barco voador, com capacidade para voar sobre a lâmina dos rios a até 150 km por hora, transportando dez passageiros. A responsável pelo projeto é a startup amazonense AeroRiver.  

“A parceria entre setor público e privado é essencial para transformar nossas cidades, com projetos que trazem desenvolvimento econômico e qualidade de vida para milhões de brasileiros”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin, que elogiou o volume expressivo de investimentos que o programa Nova Indústria Brasil tem recebido.

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Haddad: “A indústria será enormemente favorecida pela reforma tributária”

O ministro Fernando Haddad disse em seu discurso que o país e a indústria vão se beneficiar com a reforma tributária e que a conclusão da votação da regulamentação deve sair ainda neste ano. Segundo Haddad, a criação de uma secretaria extraordinária com foco na reforma tributária foi um passo decisivo para o andamento dos trabalhos. “E o setor da construção civil está recebendo a minha e a atenção do presidente Lula pessoalmente”, afirmou.

Nós sabemos o que a construção civil pode representar em termos de desenvolvimento econômico. Nós sabemos o déficit habitacional desse país. Nós conhecemos o déficit de infraestrutura desse país. E a indústria depende de boa infraestrutura para conseguir competir. É ela que vai ser enormemente favorecida pela reforma tributária, porque nós vamos deixar de exportar tributos a partir do ano de 2026″, disse o ministro.

Haddad disse que a partir do ano que vem, o governo vai fazer a reforma do Imposto de Renda. “A partir do ano que vem, nós vamos nos debruçar sobre o IR, que também tem muitas distorções, e nós precisamos endereçar esse assunto para melhorar a distribuição de renda no Brasil, para ter um sistema tributário justo, para ter um sistema tributário à altura do mundo desenvolvido”, disse Haddad.

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