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Governo de São Paulo recebe hoje R$ 14,8 bi pela privatização da Sabesp

Liquidação financeira marca fim do controle estatal da maior companhia de saneamento básico do Brasil

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2024, 15h23 - Publicado em 22 jul 2024, 12h10

O governo do Estado de São Paulo deve receber, nesta segunda-feira, 22, os 14,8 bilhões de reais referentes à privatização da Sabesp (SBSP3). No processo, o governo paulista reduziu sua fatia na companhia de saneamento de 50% para 18%. A Equatorial, que se tornará o acionista de referência, ofereceu 6,9 bilhões de reais por 15% da empresa. Outros 17% foram distribuídos no mercado por um preço de 67 reais por ação.

Depois que o pagamento for efetuado hoje – que, no jargão dos investidores, é conhecido como liquidação -, começa a vigorar, também, o novo contrato de prestação de serviços da Sabesp a Urae, consórcio composto pelos 375 municípios atendidos por seus serviços. O acordo substituirá os contratos anteriores, assinados com cada uma dessas cidades em separado.

Para marcar a mudança de controle, representantes do governo paulista, da Equatorial e da Sabesp participarão, amanhã, 23, da cerimônia de toque da campainha na B3. Apesar da comemoração, o negócio ainda requer a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os envolvidos na desestatização, contudo, apostam que a operação será aprovada sem problemas pelo órgão federal.

Quando isto ocorrer, a Equatorial ficará livre para indicar seus representantes no conselho de administração da concessionária, que inclui o presidente do board, bem como a diretoria executiva.

Já o governo paulista deve destinar 30% dos quase 15 bilhões de reais que receberá hoje ao Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento Básico no Estado de São Paulo (Fausp), criado em meio à desestatização para subsidiar as tarifas cobradas dos consumidores, sem prejudicar os investimentos necessários para universalizar os serviços de água e esgoto no Estado até 2029, conforme determinado no edital de privatização.

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Os dividendos pagos pela Sabesp ao governo paulista também serão depositados no fundo. Sem o Fausp, os 70 bilhões de reais que a Equatorial deve investir nos próximos anos para cumprir essa meta seriam remunerados pelos clientes paulistas, e a tarifa precisaria subir.

A Sabesp é a maior companhia de saneamento básico do Brasil, fornecendo água potável para 28 milhões de pessoas, e acesso à rede de esgoto a 25 milhões. Sua receita líquida no acumulado de 12 meses até março foi de 26,4 bilhões de reais.

A privatização da Sabesp é uma das grandes apostas do governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP), para deixar um legado. Próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da infraestrutura e apontado como um dos possíveis candidatos da direita para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), caso tente a reeleição, ou seu apadrinhado em 2026, Tarcísio foi criticado pela oposição, entre outros motivos, pelo preço de venda da companhia.

Tanto a Equatorial, quanto os investidores que participaram do bookbuilding (processo de definição do preço de venda das ações) concordaram em pagar 67 reais por papel, num momento em que o avanço da desestatização fazia sua cotação disparar na Bolsa. Aos críticos, Tarcísio respondia que o objetivo não era arrecadar recursos, mas sim viabilizar a universalização e a melhoria dos serviços de saneamento no Estado. Nesta segunda-feira, 22, as ações da Sabesp operavam em forte alta. Por volta do meio-dia, subiam 2,3%, cotadas a 86,85 reais.

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