Geraldo Alckmin: “Meta do governo é zerar o IPI da indústria”
Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) disse que reforma tributária é prioridade para o governo de Lula
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, definiu que a prioridade “central” para o governo é avançar em uma proposta de reforma tributária no primeiro ano da gestão. Em encontro com empresários do ramo industrial na manhã desta segunda-feira, 16, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), afirmou que só a reforma fará com que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça e trará eficiência para o setor.
O ministro disse que o governo quer incluir o fim do IPI dentro de uma proposta de reforma tributária. “Quando você tem um déficit fiscal, é dever [do governo] tentar saná-lo. A próxima meta do governo é acabar com o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. E acabar com o IPI vem com a reforma tributária. Sabemos que tudo que é PEC, que demanda mudança constitucional, deve-se fazer no primeiro ano, para aproveitar a legitimidade do processo eleitoral e avançar rápido”, afirmou Alckmin. “A reforma tributária é central. Ela pode fazer o PIB crescer e trazer eficiência à indústria.”
Segundo Alckmin, o Brasil precisa trazer mais competitividade para a indústria até como forma de atender um dos desejos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): gerar empregos. Ele disse que, para isso, também deve haver um comprometimento com a educação do país. “O presidente Lula tem destacado que o foco é emprego e renda e quem gera emprego e renda é o setor produtivo. Por isso, precisamos fortalecer a indústria e fortalecer a agricultura”, disse ele, também destacando a importância da desburocratização e da queda da taxa de juros para a retomada do setor. “Nós temos uma cultura burocrática impressionante”, criticou.
Ele também defendeu que o país avance em novos acordos comerciais e citou como fundamental a reunião que acontecerá entre Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández. “O Brasil ficou caro, perdeu competitividade e é preciso ter uma agenda para competitividade”, disse. “Nós precisamos expandir os acordos internacionais. O Chile está celebrando um acordo com a União Europeia. Nós precisamos retomar as parcerias. E a Argentina é um parceiro importantíssimo. É para onde nós vendemos manufatura”, afirmou. O ministro também disse que está “defendendo um programa para financiar as exportações” do país por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES.