Por Maria Regina Silva
São Paulo – Abastecer o carro com etanol começou a voltar a valer a pena na cidade de São Paulo na segunda semana de outubro, conforme apontam dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgados hoje. De acordo com a instituição, a relação entre o preço do combustível e o da gasolina recuou e atingiu 69,96% na capital paulista. Na primeira quadrissemana do mês, a marca era de 70,26%.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina.
O coordenador-adjunto do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Rafael Costa Lima, considera a redução na relação entre o etanol e a gasolina leve e, por isso, avalia que o consumidor precisa ter cautela na hora de optar por abastecer o carro com álcool combustível. Segundo ele, o recuo reflete a diminuição na demanda do produto nas usinas. “Como o etanol subiu bastante e mais cedo que o esperado, já está havendo queda nos pedidos feitos para as usinas”, explicou. Costa Lima acredita que a diferença entre etanol e gasolina deve ficar estável nos próximos meses.
De acordo com a Fipe, na pesquisa que levou em conta o IPC, o preço médio do etanol apresentou variação negativa de 0,02% na segunda quadrissemana do mês (período de 30 dias terminado em 15 de outubro), após aumento de 1,46% na primeira quadrissemana (período de 30 dias encerrado em 7 de outubro). A gasolina, por sua vez, recuou 0,15%, contra queda de 0,06% no levantamento anterior.
Hoje a Fipe informou que a taxa geral da inflação registrada pelo IPC na capital paulista passou de 0,23% para 0,27% na segunda quadrissemana de outubro. O resultado ficou dentro do intervalo de estimativas coletadas pela Agência Estado com analistas do mercado financeiro, já que eles esperavam alta de 0,20% a 0,31%, com mediana de 0,25%.