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Fabricante do Ozempic anuncia demissão de CEO após queda nas ações

A Novo Nordisk está procurando um novo presidente para substituir Lars Fruergaard Jørgensen após recuo de 53% no preço dos papéis da empresa

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 Maio 2025, 10h21

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do medicamento Ozempic, anunciou a saída de seu CEO, Lars Fruergaard Jørgensen, em meio a uma forte queda de suas ações e à perda de espaço no mercado para concorrentes. O anúncio ocorre após um recuo de 53% no preço dos papéis da empresa nos últimos 12 meses, resultando em uma perda de mais de US$ 300 bilhões em valor de mercado. Esse cenário fez com que a Novo Nordisk perdesse o posto de maior companhia europeia em capitalização, após ter alcançado um pico de US$ 650 bilhões no ano passado.

A decisão foi tomada em consenso entre o conselho da Novo Nordisk, Jørgensen e a Fundação Novo Nordisk, que é a controladora majoritária da companhia. Segundo comunicado, a substituição busca atender aos interesses da empresa e de seus acionistas, diante dos desafios recentes enfrentados pelo grupo – entre eles, resultados desapontadores em testes de novos medicamentos para obesidade e a crescente concorrência da norte-americana Eli Lilly. Recentemente, a Novo Nordisk revisou para baixo suas previsões de vendas e lucros para o ano, atribuindo a revisão à rápida disseminação de versões genéricas do Ozempic nos Estados Unidos.

Neste mês de maio, a Eli Lilly divulgou um estudo comparando um de seus medicamentos, o Mounjaro, com o Wegovy, da Novo Nordisk, segundo o qual o primeiro produto superou o da concorrente dinamarquesa tanto em perda de peso como em redução de circunferência abdominal. A Novo Nordisk respondeu questionando a qualidade da pesquisa e afirmando que o combate à obesidade não se resume a números na balança e que o Wegovy é o único medicamento da categoria aprovado para prevenir eventos cardiovasculares maiores, como morte cardiovascular, infarto e AVC.

Jørgensen está na companhia desde 1991 e ocupa o cargo de CEO desde 2017. Durante sua gestão, o valor de mercado da Novo Nordisk mais que triplicou, impulsionado pelo sucesso dos medicamentos para obesidade Wegovy e Ozempic. Entretanto, em dezembro, a empresa sofreu um grande abalo quando o anúncio de resultados insatisfatórios em um teste clínico com o novo medicamento CagriSema, que pretendia ser a nova geração de drogas contra obesidade e diabetes, causou uma queda de 21% em um único dia nas ações.

Além do impacto negativo nas ações após a notícia da saída do CEO (com uma queda adicional de 4,4% na abertura do pregão desta sexta-feira, 16), a rival Eli Lilly viu suas ações subirem 1,4% no pré-mercado em Nova York. O medicamento concorrente da empresa, o Zepbound, já lidera as prescrições para obesidade no mercado, e analistas projetam que o Mounjaro deve superar o Ozempic até agosto do próximo ano.

A Fundação Novo Nordisk, detentora da maioria das ações por meio da Novo Holdings, aumentará sua presença nas decisões do conselho. O presidente da fundação, Lars Rebien Sørensen, que anteriormente chefiou a empresa por 16 anos, passará a participar das reuniões do conselho imediatamente. Enquanto isso, Jørgensen permanecerá no cargo temporariamente para garantir uma transição suave até o anúncio do novo CEO.

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