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‘Extrema apreensão’: o apelo do setor de logística pelo fim da greve dos auditores da Receita Federal

Paralisação dos auditores da Receita Federal  iniciada há mais de 190 dias trava logística nacional e ameaça 2,3 milhões de empregos, alerta ABOL

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jun 2025, 16h56

A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) divulgou nota em que manifesta “extrema apreensão” com o agravamento dos impactos da greve dos auditores da Receita Federal e cobrou uma solução urgente por parte do governo federal.

Iniciada há mais de 190 dias, a greve  não tem previsão para acabar. A categoria continua mobilizada. Na semana passada, mais de 7 200 auditores participaram de Assembleia Nacional, segunda-feira,26, e 95% rejeitaram a proposta do governo. Na quinta-feira, delegados da Receita Federal entregaram ao secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, um manifesto assinado por 182 delegados titulares e adjuntos em que externam o “inconformismo com os termos propostos para a questão remuneratória da categoria”. O movimento grevista também prepara um ato público em Brasília em frente ao Ministério da Fazenda.

Segundo a ABOL, os operadores logísticos — responsáveis por transporte, armazenagem e gestão de estoques em todos os setores da economia — enfrentam gargalos especialmente críticos nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos, onde mais de 100 mil encomendas e documentos ficam represados a cada ciclo de liberação de 14 dias. Atrasos afetam inclusive cargas sensíveis, como medicamentos, produtos perecíveis e equipamentos eletrônicos, com risco de avarias e perdas.

Além do impacto direto sobre o abastecimento, a operação-padrão da Receita tem provocado alta expressiva nos custos logísticos. Segundo a associação, contratos com cláusulas que aplicam taxas  quando contêineres ficam além do prazo previsto nos portos ou nas mãos dos importadores vêm sendo acionados com frequência. Isso onera as empresas e ameaça o setor. “Esses custos adicionais desestimulam novas contratações, geram queda de receita e afetam diretamente o nível de emprego”, afirma a nota, que lembra que o setor logístico responde por cerca de 2,3 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil.

A ABOL também destaca os danos à credibilidade do país no comércio exterior. “Sem previsibilidade nas operações, perdemos competitividade, enfraquecemos nossa balança comercial e geramos prejuízos à arrecadação tributária”, diz o texto.

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A entidade cobra um entendimento rápido entre Receita e governo. “As greves recorrentes revelam entraves institucionais profundos cujas consequências recaem injustamente sobre a população e as empresas que sustentam o abastecimento nacional”, afirma Marcella Cunha, diretora-presidente da ABOL.

 

 

 

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