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Europa vai adiante com união fiscal e isola britânicos

Por Da Redação
9 dez 2011, 10h32

Por Paul Taylor e Julien Toyer

BRUXELAS, 9 de dezembro – A Europa ficou dividida em uma rixa histórica nesta sexta-feira sobre o estabelecimento de uma união fiscal para preservar o euro, com a grande maioria dos países, liderados por Alemanha e França, concordando em ir adiante com um tratado separado, deixando a Grã-Bretanha isolada.

Vinte e três dos 27 líderes da União Europeia concordaram em buscar uma integração maior, com regras orçamentárias mais duras para a zona do euro, mas a Grã-Bretanha disse que não pode aceitar as emendas propostas ao tratado da UE, após falhar em conseguir concessões para si.

Após 10 horas de reuniões, todos os 17 membros da zona do euro e seis países que pretendem se unir ao bloco resolveram negociar um novo acordo, ao lado do tratado da UE, com um regime mais duro de déficit e dívida para proteger as economias da crise da dívida.

“Não a Europa, os britânicos é que divergiram. E eles estão fora da tomada de decisões. A Europa está unida”, disse a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, ao chegar para o segundo dia da oitava cúpula emergencial da UE neste ano.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, classificou a decisão como um passo adiante para regras orçamentárias mais rígidas que, segundo ele, são necessárias se a união monetária de 17 nações quiser sair mais forte dos dois anos de turbulências de mercado.

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“Isso será a base para um bom pacto fiscal e para mais disciplina na política econômica dos membros da área do euro”, disse Draghi. “Nós chegamos a conclusões que terão de ser mais concretizadas nos próximos dias.”

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar muito satisfeita com as decisões. O mundo verá que a Europa aprendeu com seus erros, disse ela.

Merkel, líder de maior poder na Europa, disse que não desistiu da esperança de que a Grã-Bretanha concordará eventualmente em mudar o tratado da UE para ancorar uma disciplina fiscal mais dura.

Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pretendiam mudar o tratado de Lisboa para que os Estados do euro pudessem ser distinguidos na lei básica do bloco.

Mas a Grã-Bretanha, que está fora da zona do euro, não quis apoiar a medida, dizendo querer garantias em um protocolo que proteja sua indústria de serviços financeiros. Sarkozy descreveu como inaceitável a demanda do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

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ÚLTIMA CHANCE

Durante a reunião considerada como última chance para salvar o euro, com os mercados financeiros não convencidos pelos esforços das autoridades até agora, os líderes também tomaram decisões importantes sobre o fundo permanente de resgate, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), que entrará em vigor antecipadamente em julho de 2012.

Mas os líderes decidiram que o ESM terá uma capacidade efetiva de financiamentos de 500 bilhões de euros, e não será autorizado a atuar como um banco, conforme quer a França.

Tal autorização permitiria ao ESM refinanciar-se nas operações de liquidez do BCE e daria a ele enorme poder de fogo, mas isso quebraria as regras da UE, que proíbem o BCE de financiar déficits governamentais.

A cúpula da UE também acertou que países do bloco forneçam até 200 bilhões de euros em empréstimos bilaterais ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudá-lo a combater a crise, com 150 bilhões vindos de países do euro.

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(Reportagem adicional de Catherine Bremer em Marselha, John O’Donnell e Jan Strupczewski em Bruxelas, Eva Kuehnen e Sakari Suoninen em Frankfurt, Terhi Kinnunen em Helsinque)

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