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EUA estão virando a página da inflação, diz economista da Verde Asset

Daniel Leischsering, economista-chefe da Verde Asset, afirma que há sinais de que o consumo por lá chegou ao teto em relação à renda

Por Juliana Machado Atualizado em 3 abr 2024, 12h23 - Publicado em 3 abr 2024, 12h00

Os Estados Unidos estão virando a página da inflação. A partir do segundo semestre deste ano, as chances de o índice de preços no país rodar abaixo do patamar de 2% são elevadas, com consequente espaço para uma política monetária mais afrouxada na maior economia do mundo. A opinião é de Daniel Leischsering, economista-chefe da Verde Asset.

“O mercado comprou a tese de que a inflação permanecerá alta por um tempo longo e não haverá corte de juros abaixo de 4%. Estou me reservando o direito de discordar dessa visão”, afirmou o economista em evento realizado pelo Andbank em São Paulo.

Segundo Leischsering, várias métricas de emprego e atividade nos Estados Unidos estão bem menos confortáveis do que há algum tempo, com o mercado de trabalho mostrando sinais de fraqueza, sem incremento forte de salários e uma permanência maior das pessoas no seguro-desemprego — fatores que colaboram com a desinflação.

“O consumidor está chegando num certo limite da sua capacidade de consumo em relação à sua renda, o que significa ter muito mais chance de desaceleração do consumo do que aceleração”, disse.

O economista também chamou a atenção para o fato de que o mundo está em “dessincronia extrema de crescimento”, em que prevalece a expansão da atividade americana acima de qualquer outra “de forma brutal”. Nesse contexto, à medida que os países comecem e intensifiquem o corte de juros, haverá uma volta à sincronia de crescimento.

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No Brasil

Na visão de Leischsering, a inflação no Brasil permanecerá baixa por algum tempo, com espaço para mais cortes no juro básico e reorganização da demanda brasileira, de modo que o bastão do crescimento vai passar do agro para o consumo. A isso se soma a tendência de flexibilização monetária no mundo, que contribui com a política monetária local.

Nas contas do economista, o crescimento neste ano no país deve ficar entre 2,5% a 3%, com a possibilidade de surpresas positivas, especialmente se o dólar tiver uma trajetória mais fraca. “Em anos de dólar caindo, o Brasil surpreende com taxa de crescimento significativa”, afirmou.

Do lado fiscal, Leischsering acredita que não se trata do tema mais relevante para os mercados nos próximos 18 meses. Isso porque, com maior crescimento no Brasil, há mais arrecadação, com menor pressão sobre a dívida pública. A isso se somam alguns dados também favoráveis, como a balança comercial, que vem mostrando dados melhores do que qualquer lugar da América Latina.

“Talvez a gente comece a pensar em um crescimento potencial maior”, afirmou. “Recorrentemente, teremos surpresas de crescimento para cima, com aumento de produtividade em relação ao que conseguíamos visualizar antes. O cenário nos próximos anos é muito melhor.”

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