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EUA: Economia continua a expandir e preocupação com inflação volta à tona

Apesar de uma atividade moderada, com ritmo menor de contratações e queda no crescimento salarial, o Livro Bege traz alerta sobre os preços

Por Luana Zanobia Atualizado em 4 dez 2024, 18h23 - Publicado em 4 dez 2024, 17h29

O Livro Bege divulgado nesta quarta-feira, 4, trouxe um panorama moderadamente positivo para a economia dos Estados Unidos, sinalizando que a atividade econômica segue firme, embora de forma mais contida. O relatório, que reúne impressões de agentes econômicos dos 12 distritos do Federal Reserve, revelou um aumento modesto na atividade econômica na maioria das regiões. Além disso, as expectativas de crescimento se tornaram gradualmente mais otimistas. No entanto, o documento também destacou o ressurgimento de uma preocupação persistente: a inflação.

Embora os gastos dos consumidores tenham permanecido estáveis, as empresas relataram um aumento na sensibilidade dos consumidores aos preços. Esse comportamento reflete um cenário inflacionário que, embora mais moderado em comparação aos picos anteriores, ainda persiste, criando um pano de fundo de incertezas econômicas. Os empresários de diversos setores demonstraram um otimismo cauteloso em relação à possibilidade de melhora na demanda nos próximos meses, especialmente com a aproximação das festas de fim de ano, um período tradicionalmente mais movimentado. Contudo, esse entusiasmo é moderado por expectativas de que o crescimento dos preços continuará a ser um desafio, o que torna o ambiente econômico ainda mais complexo.

No mercado de trabalho, um dos termômetros mais importantes da economia americana, a estabilidade foi a tônica. O ritmo de contratação foi moderado, com poucas empresas expandindo significativamente suas equipes, o que reflete uma postura cautelosa diante da incerteza econômica. A rotatividade de trabalhadores permaneceu baixa, e o crescimento salarial desacelerou para níveis modestos, sugerindo que, embora o mercado de trabalho continue robusto, ele já não apresenta o mesmo ímpeto de recuperação que caracterizou os primeiros anos pós-pandemia.

O relatório também destacou que, apesar da desaceleração no crescimento salarial, os custos de insumos continuam a pressionar as empresas. O preço de certas matérias-primas e outros custos não trabalhistas, como energia, diminuiu, mas não de maneira suficiente para aliviar as pressões inflacionárias. Esse cenário de custos elevados afeta as margens de lucro das empresas, que encontram dificuldades para repassar esses aumentos aos consumidores.

No setor de crédito, a demanda por hipotecas e empréstimos imobiliários comerciais continuou baixa, impactada pela volatilidade das taxas de juros. A política monetária restritiva do Fed, embora eficaz em controlar a inflação, segue limitando a atividade nesse segmento.

Embora a economia americana continue em expansão, a batalha contra a inflação ainda está longe de ser vencida. A inflação permanece uma preocupação, e com o crescimento desacelerando, as decisões futuras de política monetária serão cruciais para garantir que os Estados Unidos sigam numa trajetória de expansão econômica, sem sacrificar a estabilidade dos preços.

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