EUA anuncia acordo com China como ‘progresso substancial’
O acordo comercial não menciona cortes tarifários; detalhes serão divulgados na segunda-feira, 12

Após meses de tensão crescente, Estados Unidos e China anunciaram neste domingo, 11 um acordo comercial. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial Jamieson Greer classificaram como “substancial” o progresso feito nas negociações com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, ao longo de dois dias de conversas intensas em Genebra, na Suíça. Embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados – o anúncio completo está previsto para segunda-feira -, a simples confirmação de um consenso sinaliza um avanço significativo entre as duas potências.
As tarifas impostas pelos EUA atualmente chegam a 145% sobre determinados bens chineses, enquanto a China responde com tarifas de até 125% sobre produtos americanos.
“Concluímos um acordo com nossos parceiros chineses que ajudará a reduzir o déficit comercial global de bens dos Estados Unidos, atualmente em US$ 1,2 trilhão”, afirmou Greer. Apesar das declarações, não houve nenhuma menção sobre redução das tarifas.
O simbolismo de Genebra como palco da reaproximação também importa. Distante dos ruídos de Washington e da vigilância política de Pequim, a cidade suíça funcionou como território neutro para que diplomatas e técnicos pudessem conversar com mais pragmatismo e menos ideologia.
Ainda que o conteúdo do acordo permaneça em sigilo por enquanto, especialistas internacionais já destacam que a retomada do diálogo em alto nível é, por si só, um sinal positivo.