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Entenda a resolução da CVM que vai colocar ação climática na estratégia das empresas

Em 2026, empresas precisarão começar a elaboração de relatórios de sustentabilidade com padrões internacionais

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 nov 2025, 13h38 - Publicado em 18 nov 2025, 13h28

Em paralelo às negociações oficiais da COP30, a Conferência do Clima da ONU em Belém (PA), executivos de empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira, discutem os preparativos para o cumprimento de resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que começa a entrar em vigor em 2026. Trata-se da divulgação de relatórios de sustentabilidade com padrões internacionais, incluindo informações sobre os riscos e as oportunidades que as mudanças climáticas representam para os negócios.

O Brasil foi o primeiro país do mundo – entre reguladores e mercados de capitais – a formalizar regras de divulgação de informações financeiras seguindo os indicadores do IFRS (International Financial Reporting Standards), conjunto de normas do International Accounting Standards Board (IASB). A divulgação dessas informações promete redefinir a relação entre estratégia de negócios e ação climática entre as empresas com capital aberto no Brasil.

A Resolução CVM 193, de 2023, obriga a publicação de relatórios nos padrões IFRS S1 (sustentabilidade) e S2 (clima) a partir de 2027, com base nos dados de 2026. Ou seja, no ano que vem, as empresas precisarão começar a reunir as informações para a elaboração de seus relatórios.

Duas empresas, a mineradora Vale e a varejista Renner, se anteciparam à obrigatoriedade e já divulgaram seus relatórios antes do prazo, sinalizando tendências e vantagens práticas tanto para investidores quanto para o mercado. As normas IFRS exigem avaliação detalhada de riscos financeiros, ambientais e sociais, e a divulgação transparente de métricas e metas. Governança, estratégia, gestão de riscos e resultados são os pilares desse novo modelo, que facilita a comparação entre empresas e dá ao investidor elementos concretos sobre o impacto das mudanças climáticas no negócio.

“Uma empresa que antecipa essas regulamentações está mostrando que está pronta para as novas exigências e demonstra um nível de maturidade muito valorizado entre os investidores”, diz Janaina Vilella, diretora de comunicação e sustentabilidade da B3.

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A B3 possui uma plataforma digital de coleta, armazenamento, consulta e análise de dados ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa) das empresas listadas, chamada ESG Workspace. A plataforma reúne relatórios de sustentabilidade das empresas, índices ESG da B3 como o de sustentabilidade empresarial, de diversidade e de gestão de carbono, e dados sobre títulos financeiros verdes.

Relatar riscos climáticos, como Vale e Renner já fizeram, significa não apenas identificar vulnerabilidades, mas encontrar oportunidades de inovação e valuation (determinar o valor de mercado de uma empresa ou ativo). A padronização dos dados facilita a criação de índices e produtos financeiros alinhados ao desempenho ambiental e social.

“Esse é um relatório que muda o paradigma de valoração das empresas. Ele vem com esse objetivo, fundado a partir de uma condição de exigência do regulador, de mudar o foco do resultado financeiro para a oportunidade climática”, diz Eduardo Ferlauto, diretor do Instituto Lojas Renner e de Sustentabilidade da rede varejista.

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Entre os principais riscos para o negócio relacionados às mudanças climáticas identificados pela Renner está o fechamento temporário de lojas devido a eventos extremos, como as inundações que afetaram o Rio Grande do Sul no ano passado. A empresa também reportou, ainda que sem atribuir valor ao risco, a dependência sazonal da venda de produtos de inverno ou de verão, o que torna a empresa vulnerável a mudanças no clima e temperaturas atípicas. O que fazer com a coleção de inverno nas lojas se houver uma onda de calor em pleno mês de julho, por exemplo?

Com relação às oportunidades, identificou-se a redução de custos com a transição energética e contratos de fornecimento de energia renovável; o desenvolvimento de produtos de materiais sustentáveis; e a economia conquistada com estratégias de reciclagem avançadas.

Quando a agenda climática ajuda a proteger e acelerar os negócios, tem-se uma empresa verdadeiramente sustentável.

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