Em semana de Copom, mercado vê inflação acelerando mesmo com juros altos
Segundo Boletim Focus, o índice de preços deve encerrar 2022 em 5,38%, o terceiro aumento seguido; Selic, atualmente em 9,25%, continua estimada em 11,75%

Na quarta-feira desta semana, o Banco Central por meio do Comitê de Política Monetária (Copom) irá decidir sobre a taxa de juros e, de acordo com indicativos do próprio BC na decisão até o fim do ano, o aperto nos juros deve continuar, subindo mais 1,5 ponto percentual. A manutenção dessa política ocorre porque a inflação continua a preocupar. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 31, pelo Boletim Focus, analistas apontam que o índice de preços deve encerrar 2022 em 5,38%. É a terceira alta consecutiva na projeção e indica mais um ano de estouro da meta.
Para 2022, a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,5%, com margem de tolerância de até 5%. A pressão inflacionária também reverbera nas projeções do IPCA para o próximo ano. Segundo o Focus, o IPCA está estimado em 3,50% para 2023, quando o centro da meta será de 3,25%.
A alta da inflação ocorre por que boa parte dos motivos que culminaram no estouro da inflação em 2021 transbordaram para este ano. O preço dos combustíveis continua em alta, com a gasolina já batendo 8 reais no país. O preço das commodities segue em alta, assim como o dólar ainda está forte, o que também aumenta os custos no mercado interno. O preço dos alimentos também tem sido impactado pela estiagem no sul do país, que acabam pressionando o valor das carnes e do café.
A estimativa para os juros este ano é que fiquem em 11,75%, a mesma previsão da semana passada. Atualmente, a Selic está em 9,25% e, de acordo com a sinalização do BC na última reunião do Copom, deve chegar em 10,75% nesta próxima reunião. Para 2023, os juros estão estimados em 8%.