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Eletrobras diz que Justiça suspendeu processo de privatização da companhia

TRT da 1ª Região determinou que a empresa e suas distribuidoras apresentem estudo sobre o impacto da desestatização nos contratos de trabalho em curso

Por Reuters Atualizado em 5 jun 2018, 11h09 - Publicado em 5 jun 2018, 08h48

A Eletrobras informou que o Tribunal Regional do Trabalho 1ª Região, em decisão de tutela de urgência, determinou que a companhia e suas distribuidoras “se abstenham de dar prosseguimento ao processo de desestatização“, segundo fato relevante divulgado ao mercado nesta terça-feira, 5.

Conforme a elétrica, o Tribunal pediu que seja apresentado no prazo de até 90 dias “estudo sobre o impacto da privatização nos contratos de trabalho em curso”.

“A companhia analisará as medidas cabíveis e manterá o mercado informado”, destacou a Eletrobras.

 

 

PLANOS DE PRIVATIZAÇÃO

A decisão do TRT da 1ª Região vem após ação movida por sindicatos de funcionários da companhia e ameaça dificultar ainda mais os planos da Eletrobras e do governo federal de realizar a licitação das distribuidoras até o final de julho.

O processo já tem sofrido atraso devido à não aprovação pelo Congresso Nacional de uma medida provisória (MP 814) vista como importante para reduzir incertezas sobre passivos das elétricas. Agora, as mudanças legislativas previstas na matéria foram encaminhadas à Câmara dos Deputados por meio de um projeto de lei na última semana, mas ainda não há prazo previsto para votação.

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A decisão tutelar de urgência, que vale para as distribuidoras da Eletrobras no Amazonas, Acre, Alagoas, Piauí e Rondônia, estabelece uma multa de 1 milhão de reais no caso de descumprimento. A Eletrobras ainda opera uma distribuidora em Roraima.

“O que se busca agora é um estudo sobre os impactos da privatização das requerentes nos contratos de trabalho, levando em consideração formas de proteção ao emprego e regras para a ocorrência de demissões, viabilizando o reaproveitamento e a qualificação dos empregados no caso de mudanças tecnológica e organizacionais”, escreveu em sua decisão a juíza Raquel de Oliveira Maciel.

A dificuldade na venda das distribuidoras ameaça ainda atrapalhar a privatização da própria Eletrobras, que o governo vem prometendo realizar ainda neste ano por meio de uma oferta de novas ações que diluiria a participação estatal na companhia para uma fatia minoritária.

O argumento do governo e da companhia é que a Eletrobras ficará mais atrativa para investidores assim que se livrar das distribuidoras, que são fortemente deficitárias.

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Essas subsidiárias de distribuição tiveram um resultado líquido negativo de 1,91 bilhão de reais somente no primeiro trimestre deste ano, o que prejudicou fortemente o resultado da Eletrobras, que somou lucro de 56 milhões de reais no período.

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