Economia verde: Haddad prioriza debate ambiental em fórum do FMI na Arábia Saudita
O ministro defendeu defendeu a integração dos mercados de crédito de carbono e o pagamento por serviços ambientais como pilares centrais para o futuro do Brasil

O governo Lula tem articulado uma narrativa verde, buscando aliar a agenda econômica com a ambiental, e isso tem ficado cada vez mais claro com as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em fóruns internacionais. Durante a Conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Al-Ula, na Arábia Saudita. Haddad defendeu a integração dos mercados de crédito de carbono e o pagamento por serviços ambientais como pilares centrais para o futuro do Brasil.
Ele ressaltou a urgência de avanços nessas discussões antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá em Belém, no Pará, no final do ano. Para Haddad, a COP30 será o momento para o Brasil reafirmar seu compromisso com a sustentabilidade e definir como o país pode desempenhar um papel de liderança em novas áreas de mercado, como o comércio global de créditos de carbono.
Haddad reconhece que é preciso olhar para o futuro, em que países como o Brasil e as nações devem prosperar mitigando os danos ambientais. Ao defender a integração dos mercados de carbono, ele enxerga uma oportunidade para o Brasil não apenas compensar suas emissões, mas também se beneficiar economicamente da preservação ambiental. O país abriga a maior floresta tropical do mundo, cujo valor intrínseco está sendo transformado em uma moeda internacional nas negociações climáticas.
Um dos exemplos mais notáveis desse esforço é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), uma iniciativa que Haddad voltou a se destacar durante a presidência brasileira do G20. O fundo, que visa financiar a preservação de florestas tropicais, coloca o Brasil em uma posição vantajosa: ao mesmo tempo em que contribui para a mitigação das mudanças climáticas, o país pode atrair investimentos internacionais através de compensações ambientais. Para Haddad, a arquitetura desse fundo é um modelo para países emergentes que, como o Brasil, possuem vastos recursos naturais, mas que também precisam de incentivos econômicos para preservar suas florestas.
Apesar dos desafios econômicos, governo acredita que as agendas econômicas e socioambiental podem caminhar juntas. “Não parece que é impossível a conciliação desses interesses múltiplos em uma agenda que efetivamente demanda mais sustentabilidade física, social e ambiental para o mundo”, disse Haddad.