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Economia cresce 4,6% em 2021 e supera perdas do 1º ano de pandemia

PIB subiu após tombo de 2020, mas houve recuou em dois dos quatro trimestres do ano; conflito na Rússia e inflação são obstáculos para 2022

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 mar 2022, 18h07 - Publicado em 4 mar 2022, 09h07

Após um forte tombo em 2020, ano da eclosão da pandemia da Covid-19, a economia brasileira reagiu em 2021, mas, apesar do bom resultado, o sinal de atenção segue ligado para o comportamento da atividade neste ano. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 4, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,6% no ano passado, totalizando 8,7 trilhões de reais e recuperando as perdas de 2020. O resultado ocorre, principalmente, devido à baixa margem de comparação do ano anterior, que registrou queda de 3,9%. Porém, na composição e comparação dos quatro trimestres do ano, a economia teve dois recuos, e mostra que há um longo desafio para o crescimento em 2022.

O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, está 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas continua 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

No período de outubro a dezembro, o indicador avançou 0,5%, com bons resultados dos serviços – que representam 70% da atividade – e do agro, em recuperação. Em 2021, no entanto, a economia enfrentou percalços além da recuperação da atividade, como a inflação alta e a elevação da taxa de juros. Vale lembrar que a Selic começou o ano em 2%, terminou em 9,25% (e atualmente está em 10,75%). A alta dos preços impacta tanto o caixa das empresas quanto os consumidores e a alta dos juros, usada para controlar a inflação, encarece o crédito, e, consequentemente, os investimentos.

Todo esse cenário vem para 2022. A inflação continua alta, os juros sobem, ainda há efeitos da Covid-19 na economia. Para aumentar o grau do desafio, a guerra entre Rússia e Ucrânia preocupa porque pode ter efeitos na economia de todos os países. Por aqui, o agronegócio é o setor mais preocupado. Altamente dependente dos fertilizantes russos, o agro vem há anos impulsionando o PIB, enquanto a indústria anda de lado. Além disso, a alta do petróleo pode pressionar ainda mais a inflação e os juros no Brasil.

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Resultado

Em 2021, o crescimento da economia foi puxado pelas altas nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%), que juntos representam 90% do PIB do país. Por outro lado, a agropecuária recuou 0,2% no ano passado, prejudicada por problemas climáticos.

“Todas as atividades que compõem os serviços cresceram em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). O transporte de passageiros subiu bastante, principalmente, no fim do ano, com o retorno das pessoas às viagens. A atividade de informação e comunicação (12,3%) também avançou puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade já vinha crescendo antes da pandemia, mas, com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais”, explica a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Outras atividades de serviços (7,6%) também tiveram alta no período. “São atividades relacionadas aos serviços presenciais, parte da economia que foi a mais afetada pela pandemia, mas que voltou a se recuperar, impulsionada pela própria demanda das famílias por esse tipo de serviço”, acrescenta Palis. Cresceram ainda o comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).

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Na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da construção que, após cair 6,3% em 2020, subiu 9,7% em 2021. Tal expansão foi corroborada pelo aumento da ocupação na atividade.

As indústrias de transformação (4,5%), com maior peso no setor, também cresceram, influenciadas, principalmente, pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não-metálicos; e indústria automotiva. As indústrias extrativas avançaram 3% devido à alta na extração de minério de ferro.

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