E-commerce na América Latina cresce além da média mundial no 2º trimestre
Comércio eletrônico da região, enfim, dá sinais claros de recuperação pós-pandemia; digitalização de clientes e varejistas ajudou, segundo Salesforce
O comércio eletrônico da América Latina registrou um crescimento significativo no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Segundo dados repassados a VEJA pela plataforma Salesforce, o volume de vendas na região avançou 5% no período, enquanto a média mundial fechou o segundo trimestre com recuo de 6% nas vendas — essa é a quarta vez consecutiva que o desempenho do e-commerce na região fica acima da média global. Em trafego de usuários, o avanço da América Latina no segundo trimestre foi ainda maior: 19% (contra alta de 3% no mundo). Ao se comparar o crescimento dos pedidos realizados por dispositivos móveis, como smartphones, a evolução da região foi de 11%, contra um recuo de 2% na média global.
Segundo Eunice Hirata, vice-presidente regional da Salesforce Brasil, o crescimento consistente da América Latina nos últimos trimestres se dá a dois fatores: a recuperação do mercado pós-Covid e, sobretudo, o amadurecimento dos consumidores e das companhias varejistas em relação aos meios digitais. “De forma geral, no Brasil segue uma perspectiva de contenção de despesas do lado do consumidor e de alto custo de financiamento do para as empresas. Para lutar contra a estagnação, parte das empresas se apoia na transformação digital para aprimorar a navegação em dispositivos móveis, que representam 84% do tráfego nas lojas na América Latina”, complementa.
No segundo trimestre de 2023, os consumidores gastaram cerca de US$ 0,25 a mais em cada pedido concluído, elevando o tíquete médio para US$ 2,10. O movimento recolocou tíquete médio da América Latina em patamares mais próximos dos registrados no ano passado e superou ligeiramente o resultado global no trimestre, que teve acréscimo total de US$ 0,23, alcançando a marca de US$ 2,77.
Intitulado Salesforce Shopping Index, o estudo analisou o histórico de compras de mais de um bilhão de consumidores de 61 países em 2.276 lojas on-line. Um dado surpreendente e que liga um sinal de alerta captado pela plataforma foi que pela primeira vez desde 2014, quando se iniciou o levantamento, as vendas do e-commerce nos Estados Unidos registraram decréscimo. Por outro lado, a Europa registrou alta de 1% no segundo trimestre, com destaque para o crescimento da Espanha (11%), Alemanha e França (3% cada). No Reino Unido, no entanto, as vendas caíram 3% no período.