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Por que as primeiras medidas de Trump fazem o dólar subir em todo mundo

O dólar e o índice DXY caíram após a posse de Trump, sem o esperado tarifaço, mas a moeda já reage a novos sinais de risco e incerteza do governo

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jan 2025, 16h12 - Publicado em 21 jan 2025, 10h25

O dólar encerrou o dia de ontem em queda, enquanto o índice DXY, que monitora a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas globais, seguiu uma trajetória semelhante. Nesta terça-feira, 21, o cenário mudou. A moeda, que abriu em queda, rapidamente inverteu a trajetória, e por volta das 10h já subia para R$ 6,05, enquanto o índice DXY avançava 0,6%. Essa virada pode ser atribuída ao aumento da aversão ao risco no mercado, desencadeada por declarações controversas de Donald Trump.

O breve movimento de desvalorização de ontem surpreendeu o mercado, principalmente em um dia tão emblemático quanto a posse do republicano como presidente dos Estados Unidos. Com a expectativa de políticas protecionistas e tarifas agressivas, muitos investidores aguardavam uma escalada da moeda, impulsionada por uma possível maior demanda por ativos de refúgio, como o dólar. No entanto, o discurso de posse trouxe um alívio inesperado: Trump ainda não anunciou o tão temido “tarifaço”, o que deu ao mercado uma folga momentânea.

Essa virada pode ser atribuída ao aumento da aversão ao risco no mercado, desencadeada por declarações controversas de Trump. Entre as afirmações mais preocupantes estão sua promessa de reverter o compromisso dos Estados Unidos com o Acordo de Paris e priorizar a produção de petróleo como parte de seu plano de “emergência energética”. Esses sinais de retrocesso nas políticas climáticas globais levantaram preocupações entre investidores sobre as possíveis repercussões para a economia global.

Além das questões ambientais, Trump também fez ataques diretos a liberdades individuais, ao propor a restrição de identificação de gênero a categorias binárias. O envolvimento de figuras polêmicas, como Elon Musk, que assumirá um cargo no recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), também contribuiu para o aumento do nervosismo no mercado, especialmente após o bilionário ser visto fazendo uma saudação que faz alusão ao nazismo durante a cerimônia de posse. A presença de Musk e outras figuras polêmicas, como o Robert F. Kennedy Jr, que espalhou diversas teorias da conspiração durante a pandemia de covid-19 e faz ampla campanha contra vacianção, aumentam a percepção de risco global.

A alta do dólar reflete, em parte, esses temores. A perspectiva de um governo que parece inclinado a reverter avanços cria um ambiente de incerteza. Além disso, o “tarifaço” prometido por Trump, embora ainda não implementado, permanece como uma ameaça latente. Se essas tarifas entrarem em vigor, a volatilidade do mercado pode aumentar, e o dólar, que hoje sobe em resposta ao risco, pode sofrer novas pressões de alta.

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A incerteza deve continuar até que o novo governo estabeleça diretrizes mais claras sobre suas políticas comerciais. Como alerta a consultoria Capital Economics, a recente queda do dólar pode ter aberto espaço para grandes posições líquidas compradas na moeda, o que pode amplificar os efeitos de um repique, caso as tarifas protecionistas se concretizem.

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