Dólar tem forte queda com apoio do Centrão a Alckmin
A decisão é vista como um sinal de fortalecimento de uma candidatura "reformista", por isso, minimizaria o risco eleitoral de uma candidatura de esquerda
O dólar abriu a manhã desta sexta-feira em forte queda. Às 11h29, a moeda estava cotada a 3,7821 reais. Na abertura, o dólar caía 1,65%, a 3,7790 reais. A baixa reflete o otimismo dos agentes financeiros em relação ao apoio do Centrão ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida presidencial.
A decisão é vista nos mercados como sinal de fortalecimento de uma candidatura “reformista”. As perdas também foram influenciadas pelas críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à política de aperto monetário conduzida pelo Federal Reserve (Fed).
Trump criticou novamente o Fed ao dizer que China, União Europeia e outros países “têm manipulado suas moedas e cortado juros, enquanto os EUA elevam”. O presidente americano disse ainda que os EUA não devem ser penalizados por se sair bem. Trump já havia criticado o presidente do Fed, Jerome Powell, dizendo que não estava “feliz” com as decisões do BC americano. A Casa Branca chegou a divulgar comunicado negando ingerência política sobre a instituição, mas Trump voltou à carga nesta sexta.
Também segue no radar o acirramento da guerra comercial. Trump disse mais cedo que sua administração está pronta para impor tarifa sobre todos os 505 bilhões de dólares de importações da China. Ele também criticou a desvalorização da moeda chinesa yuan em relação às demais, o que beneficia as exportações chinesas e contribui para o elevado déficit comercial dos EUA. Já a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, indicou que a União Europeia está pronta para retaliar contra eventual tarifa dos EUA sobre carros.
Por conta desses fatores, o dólar à vista caiu até 3,7585 reais (-2,18%) – menor valor desde 22 de junho passado (a 3,7373 reais) e maior queda porcentual desde 8 de junho (-5,35%), de acordo com informações da AE Dados.