Dólar sobe com tarifaço e medidas populistas de Lula
Aversão ao risco e incerteza fiscal impulsionam a desvalorização do real, agravada por medidas protecionistas e pressões inflacionárias geradas pelo governo

O dólar é negociado com alta, e era cotado a R$ 5,77 às 11h, nesta quarta-feira, 26. O câmbio reflete as tensões geradas pelas políticas tarifárias dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. Após o período de tregua, o presidente disse que as tarifas planejadas para o Canadá e o México “serão implementadas” na próxima semana. Além disso, a incerteza fiscal no Brasil contribui para a fuga de capitais estrangeiros, pressionando ainda mais a moeda.
O Ibovespa, principal índice da B3, opera com volatilidade, em leve baixa, aos 125,6 mil pontos. Hoje, as expectativas giram em torno dos resultados da Petrobras, cujo balanço será divulgado após o fechamento do mercado. O desempenho da petroleira poderá definir o humor dos investidores no curto prazo, especialmente diante de um cenário internacional marcado pela alta volatilidade e incertezas sobre o setor energético.
A política econômica do presidente Lula começa a gerar inquietações no mercado. A perda de popularidade de seu governo tem levado a uma série de medidas que, embora populares, são vistas com desconfiança pelos investidores. O pacote econômico apelidado de “Pé-de-Meia” busca mitigar os efeitos da alta dos preços para as classes mais vulneráveis, mas as medidas são criticadas por sua potencial contribuição para o aumento da dívida pública e da inflação. Em paralelo, um novo anúncio sobre o saque-aniversário do FGTS, com condições mais facilitadas, deverá ser feito em breve, alimentando ainda mais o receio de pressões inflacionárias.
Outro ponto de preocupação é o mercado de trabalho, que registrou a criação de 137 mil vagas formais em janeiro. Embora desejável, o ritmo da recuperação econômica gera pressões inflacionárias adicionais.