Dólar cai 0,96% após fim do IOF para derivativos
Após retirada de mais uma trava que dificultava a entrada de dólares no país, moeda americana fechou o dia cotada em 2,1334 reais
O fim da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em derivativos cambiais, anunciado na noite passada pelo governo, abriu espaço para a queda do dólar ante o real nesta quinta-feira. A trajetória também foi favorecida pelo cenário no exterior, onde a moeda norte-americana recuava de forma consistente ante outras divisas com elevada correlação com commodities. Para profissionais do mercado, a queda do imposto permitirá que, quando a tendência global de valorização do dólar arrefecer, a cotação também ceda mais no Brasil. Nesta sessão, primeiro dia após a medida, o dólar fechou em queda de 0,96%, cotado a 2,1334 reais no mercado à vista de balcão.
Com os mercados já fechados na véspera, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o fim da cobrança de 1% de IOF em posições vendidas líquidas em derivativos cambiais acima de 10 milhões de dólares. A tributação, que vigorava desde julho de 2011, era classificada como “disfuncional” por diversos analistas, à medida que servia como uma trava para maiores posições vendidas (de aposta na queda do dólar) no mercado futuro. Sem a barreira, o dólar fica, em tese, mais livre para oscilar – principalmente para baixo, o que favorece o controle da inflação neste momento de pressão sobre os preços.
“Mas o dólar hoje caiu muito em função do exterior, onde a moeda também cede”, acrescentou um profissional da mesa de câmbio de um banco. “O IOF zero em derivativos é muito bom para o mercado, porque elimina amarras. Mas o fim do IOF vai sensibilizar bastante o preço quando a pressão diminuir lá fora”, acrescentou, em referência ao movimento mais recente de alta global da moeda norte-americana, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) possa reduzir seu programa de compra de bônus em um futuro próximo.
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(Com Estadão Conteúdo)