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Desemprego recua para 6,6% em agosto e população ocupada volta a bater recorde

Segundo os dados divulgados pelo IBGE, esse é o menor valor da taxa de desocupação para um trimestre encerrado em agosto desde 2012

Por Larissa Quintino 27 set 2024, 09h13

O mercado de trabalho contina dando sinais de robustez e aquecimento. No trimestre encerrado em agosto,  a taxa de desocupação caiu para  6,6%, 0,5 ponto percentual a menos que no trimestre imediatamente anterior, encerrado em maio. Na comparação com agosto do ano passado, o desemprego é 1,2 ponto menor. Essa é a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em agosto na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, a população desocupada caiu para 7,3 milhões, o menor número de pessoas procurando trabalho em um trimestre móvel desde janeiro de 2015. De acordo com o IBGE, o dado mostrou recuos contundentes nas duas comparações: no trimestre, a população desocupada diminuiu -6,5%, o que significa menos 502 mil pessoas buscando trabalho. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, a redução foi mais intensa, -13,4%, ou menos 1,1 milhão de pessoas em busca de uma ocupação.

De acordo com a metodologia do IBGE, é considerado desempregado aquele que não está trabalhando, mas procura recolocação ou entrada no mercado de trabalho. Para a análise do mercado, é importante olhar esse dado junto a ocupação da população isto é, quem efetivamente está trabalhando. E esse dado também renovou o recorde:  O número total de trabalhadores do Brasil bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões.

Na comparação trimestral, a população ocupada do país cresceu 1,2%, ganhando mais 1,2 milhão de trabalhadores. Frente ao mesmo trimestre móvel do ano passado, esse contingente cresceu 2,9%, o equivalente a mais 2,9 milhões de pessoas.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, a baixa desocupação reflete o dinamismo da economia “Há expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”, afirmou. 

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Ocupação

Os empregados do setor privado chegaram a 52,9 milhões, maior contingente da série. Num trimestre, a ocupação do setor cresceu 1,7%, o que equivale a mais 882 mil postos de trabalho. Na comparação anual, a alta foi de 4,9%, ou 2,5 milhões de trabalhadores a mais no setor. Mais uma vez, o setor privado teve recordes no número de empregados com carteira de trabalho assinada (38,6 milhões) e no contingente dos sem carteira de trabalho (13,2 milhões).

Os empregados do setor público chegaram ao recorde de 12,8 milhões, com altas de 1,8% (mais 221 mil pessoas) no trimestre e de 4,3% (mais 523 mil pessoas) no ano. Essa alta vem sendo puxada pelo grupo dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,5% no trimestre e 6,6% no ano, enquanto o grupo dos militares e servidores estatutários, que precisam ser aprovados em concursos públicos, ficou estável nas duas comparações. “Embora não seja o seu maior contingente, o grupo dos empregados sem carteira assinada no setor público é o que mais tem contribuído para a expansão do total de empregados deste segmento Esses trabalhadores nem são estatutários nem são considerados trabalhadores com carteira, nos moldes da CLT. Eles têm um predomínio maior na educação fundamental, que é provida pelas prefeituras nas escolas municipais. São contratos temporários, muitas vezes regidos por lei específica”, explica Adriana.

Renda

No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228, sem mostrar variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior e com alta de 5,1% na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões, mostrando altas de 1,7% no trimestre e de 8,3% na comparação anual.

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